Proprietária de café portuense venceu com a receita da bisavó. Rabanadas e bolo-rei também foram premiados.
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As rabanadas do Corcel saíram, pelo segundo ano consecutivo, do concurso de doces natalícios, em Santarém, com uma medalha de ouro. O bolo-rei escangalhado e o bolo-rainha levaram também uma medalha dourada para a Briosa (pastelaria em Coimbra da proprietária do café portuense), mas motivo de grande orgulho foi o título de "melhor dos melhores", para a sopa dourada feita por Rosário Carvalho Guerra, uma jurista que se cansou da profissão e se virou para a doçaria. No Porto, é dona do café Corcel, em Coimbra, coproprietária da Briosa.
Tal como no ano passado, a dona do Corcel candidatou-se ao concurso nacional de bolos especiais de Natal, só que este ano, além do bolo-rei e das rabanadas (que foram premiados em 2020), decidiu levar o doce feito à base de pão de ló, calda de açúcar, doce de ovos e canela, cuja receita lhe passou a bisavó. O Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em conjunto com o Qualifica/origIn Portugal, recebeu dezenas de candidaturas, mas foi a de Rosário Carvalho Guerra que venceu o título supremo.
Feliz com a distinção, a proprietária do Corcel, cujas instalações adquiriu há dois anos, está feliz por ter apostado na confeção de doçaria conventual no estabelecimento portuense.
Apaixonada por história
"Abri este espaço com o intuito de trazer estes doces, que eram muito conhecidos na cidade por causa do mosteiro de Santa Clara", explica a proprietária, uma apaixonada por História, "especialmente ligada à doçaria desta querida cidade".
A sopa dourada do Corcel é feita apenas por Rosário. "É mais um doce de Natal, mas na verdade faço-o o ano inteiro", conta. A doceira explica que, tal como a receita tradicional da sopa dourada, a sua tem por base pão de ló e calda de açúcar, mas a diferença está no doce de ovos que a cobre, da autoria da bisavó. "Era uma receita feita para aproveitamento dos restos secos do pão de ló ou pão", depois cobertos com açúcar, ovos e canela", referiu ainda.
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Frequentadora assídua
Rosário Carvalho Guerra era uma frequentadora assídua do café Corcel na juventude, e ficou triste quando o viu "decair". Interessou-se por adquiri-lo, conseguindo em 2018. Só que, quando estava pronto para abrir, veio o primeiro confinamento.
Cultura doceira
Quando abriu finalmente as portas, em junho de 2020, a nova proprietária do Corcel ficou feliz, porque lhe deu oportunidade de "recuperar a cultura doceira da cidade" e recriá-la no seu estabelecimento.