Obra de Centro de Congressos de Gaia deverá arrancar no primeiro trimestre de 2021. O projeto prevê ainda a construção de um hotel, de um edifício residencial e de uma zona de comércio.
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O Centro Cultural e de Congressos de Gaia vai ser desenhado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura. A obra vai nascer em General Torres e deverá arrancar no primeiro trimestre do próximo ano. O equipamento faz parte do projeto Skyline Gaia Hotel & Conference Center, que prevê ainda a edificação de um hotel de cinco estrelas, de um edifício destinado à habitação e de uma zona comercial.
"Toda a gente sabe a importância que o Centro de Congressos tem na estratégia da Câmara e, portanto, só tinha de ter um arquiteto de referência como é Souto de Moura. Isto também serve para qualificar territórios. Como se sabe, há muita gente que visita territórios não para frequentar o espaço, mas para ver o espaço", considera Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia.
Segundo o acordo assinado entre a Autarquia e o consórcio Skyline - constituído pela Fortera Properties, a Issta Portugal e a Attic Company - o futuro Centro Cultural e de Congressos deverá ter capacidade para receber 2500 pessoas, sendo que o hotel terá um mínimo de 200 quartos. Já o complexo residencial deverá ter mais de 300 apartamentos, segundo noticiou o "Jornal de Negócios".
Com um investimento entre os 12 e os 15 milhões de euros, o Centro Cultural e de Congressos de Gaia será construído e gerido por privados "durante um prazo mínimo de 25 anos", sendo que, "no final do prazo" ou "em caso da perda de interesse na exploração" do equipamento, este passará para a alçada da Autarquia.
Obra a "troco de zero"
Tal como o JN noticiou em maio do ano passado, a empreitada será paga através da isenção de taxas e benefícios fiscais à empresa.
"Esta é uma obra privada que no final reverte para o público. Não tem o problema dos concursos. Vamos agora ter o trabalho técnico pela frente (...). A Câmara vai ficar com um centro de congressos, de valor rondando os 12 a 15 milhões de euros, a troco de zero", disse Eduardo Vítor Rodrigues.
Para o autarca gaiense, "num concelho próximo das melhores escolas de arquitetura do país, impõem-se projetos com uma assinatura desta chancela".
"Não é só Souto de Moura que passa a fazer parte do portefólio de Gaia, é Gaia que passa a fazer parte do portefólio de Souto de Moura. E, até agora, de obras públicas em Gaia, Souto de Moura tem zero", sublinhou Eduardo Vítor Rodrigues, recordando ainda que o arquiteto Siza Vieira projetou a nova capela da Afurada, a sua primeira obra pública no concelho.
Juntas mantêm competências sem concelho aderir à descentralização
As juntas de freguesia de Gaia vão manter no próximo ano as competências atuais, sendo que o concelho não vai aderir à descentralização proposta pelo Governo. De acordo com Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, com a delegação de competências, "as juntas receberiam menos cerca de 20% do que atualmente recebem" nos apoios de execução pagos pela Autarquia, o que "significaria a redução de cerca de cinco milhões de euros", no total das 15 juntas e uniões e poderia gerar "muitas dificuldades".
