Startup luso-suíça angaria mais de 10 milhões de euros para produzir barcos elétricos
A MobyFly, uma startup que integra o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), angariou 10,8 milhões de euros para acelerar a comercialização de barcos elétricos.
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A empresa fundada pelo português Ricardo Bencatel, em pareceria com os suíços Sue Putallaz e Anders Bringdal, está a desenvolver embarcações elétricas de alta performance com uma tecnologia baseada em "hidrofoils", que são estruturas em formato de asa, capazes de levantar um barco acima da água, com capacidade para transportar centenas de passageiros a velocidades superiores a 70 km/h.
A grande vantagem destes barcos é que consomem até menos 80% de energia, em comparação com as embarcações a diesel, e permitem reduzir os custos operacionais em cerca de 60%. Além disso, eliminam ondas, ruído e emissões poluentes.
Para Ricardo Bencatel, responsável pela parte tecnológica da MobyFly, este financiamento desempenhará um papel fundamental nas aspirações da empresa. "Este investimento permitirá à MobyFly escalar as suas operações, expandir as capacidades de engenharia, acelerar a comercialização da sua tecnologia de hidrofoils com emissões zero e reforçar o compromisso com um transporte marítimo sustentável e rentável", explicou o empresário português.
Estes 10,8 milhões de euros já têm destino, estando programada a sua aplicação na industrialização e certificação da tecnologia, além de serem importantes para a continuação do desenvolvimento dos sistemas "hidrofoil", "impulsionando a entrada da empresa em mercados internacionais".
A missão para este ano é lançar a produção da pré-série do modelo MBFY-S, capaz de transportar até 20 passageiros, sendo que no próximo ano a ideia é "lançar o primeiro modelo de produção no verão e vender várias unidades destinadas ao transporte de passageiros".
O investimento de 10,1 milhões de francos suíços, que se traduzem em 10,8 milhões de euros, é da responsabilidade do fundo Fonds Révolution Environnementale et Solidaire, financiado pelo dividendo social do Crédit Mutuel Alliance Fédérale, contando ainda com a participação de investidores privados e parceiros institucionais.