Um problema técnico poderá estar na origem da queda do ultraleve, na noite de domingo, e que matou os dois ocupantes. A perícia ao aparelho foi realizada e concluída ontem pelos peritos do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves.
Corpo do artigo
Os dados preliminares da investigação poderão ser divulgados ainda hoje, mas tudo aponta para que uma avaria mecânica tenha estado na origem da queda do ultraleve, a 500 metros da pista do Aeródromo da Lagoa de Óbidos (ALO).
Esta suspeita chegou mesmo a ser avançada por populares que se encontravam junto ao Aerodromo, no Arelho, e que assistiram à queda da aeronave. Ontem, foram questionados sobre o que viram pelos técnicos que realizaram a peritagem ao ultraleve.
"Os peritos estiveram aí o dia todo, recolheram vestígios e falaram com as pessoas", revelou o presidente do Aeroclube, admitindo pouco saber do que foi apurado. "As pessoas dizem que viram alguém a mexer na aeronave antes de levantar voo. É uma situação normal que acontece sempre antes de se iniciar o voo", assegura Paulo Santos.
As famílias dos dois pilotos avançam também com a possibilidade de "alguém ter mexido" no ultraleve, já que o acidente ocorreu durante o segundo voo experimental, realizado no domingo.
António Soares pilotava a aeronave acidentada e, segundo garantem familiares e amigos, tinha mais de 20 anos de experiência, já que era proprietário de um ultraleve e de uma asa-delta.
Fernando Pereira tinha mais de 25 anos de experiência em asa-delta, faltando-lhe horas de voo para conseguir tirar o brevê (licença para pilotar este tipo de aeronaves). Era o proprietário do ultraleve, que havia adquirido há cerca de um ano. O aparelho não tem seguro e depois de analisado pelos peritos, ficou guardado num hangar do Aeródromo.