Depois de vários autarcas da região se terem já manifestado a favor da instalação de uma segunda viatura médica de emergência e reanimação (VMER) na região do Tâmega e Sousa, já que a existente serve uma população muito acima da média nacional, o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa afirmou que a região está unida nessa luta, tendo deliberado "por unanimidade" fazer essa reivindicação junto das entidades competentes.
Corpo do artigo
Pedro Machado foi, na quarta-feira, ouvido na Comissão da Saúde, na Assembleia da República, defendendo que a instalação de uma nova VMER, no Hospital de Amarante, "é mais do que justa" e será reivindicada de forma "firme". "É uma questão de coesão territorial e equidade", num território que já tem baixos indicadores em muitas outras matérias. "Queremos que os nossos cidadãos tenham o mesmo nível de serviço que os de outras regiões", defendeu Pedro Machado.
Em causa está o facto de a única VMER existente na região, a do Vale do Sousa, servir uma população de quase 500 mil habitantes - dos 11 concelhos do Tâmega e Sousa e de Paredes - quando a média nacional em 2021 era de uma VMER para 234 mil habitantes, sendo que um documento técnico da área da saúde, de 2007, preconizava que o rácio máximo fosse de 250 mil habitantes.
"Não podemos sentir-nos satisfeitos com esta distribuição. Tomamos uma deliberação, pedindo o aumento da capacidade de resposta com mais uma viatura. Estamos todos alinhados. Esta deliberação foi tomada por unanimidade", salientou o edil, frisando que está em causa mais do que o rácio, mas também o facto de o Hospital Padre Américo estar numa das extremidades da região e ter uma área bastante vasta, com municípios muito distantes, como Celorico de Basto, Baião, Resende ou Cinfães, faltando ainda "vias de comunicação capazes" de aproximar estes concelhos do centro hospitalar. São dois mil quilómetros quadrados de território com uma orografia difícil e acessibilidades "não satisfatórias".
"A urgência do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) é a segunda maior do Norte do país. Não sei se o número de VMER que existe a nível nacional é adequado ou não, mas do que tenho a certeza é de que estão mal distribuídas e de que há aqui um défice de resposta nesta região que deve ser colmatado", sustentou Pedro Machado, afirmando que as ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV), em Amarante e Cinfães, não suprem essa necessidade, porque dão uma resposta diferente.
O líder da CIM do Tâmega e Sousa relatou ainda que foram pedidos esclarecimentos sobre este tema ao INEM e ao CHTS. Mas que se os esclarecimentos do centro hospitalar foram "inócuos" o INEM nem sequer respondeu.
Os deputados da Comissão da Saúde - Pedro Melo Lopes (PSD), Sofia Andrade (PS), Joana Cordeiro (IL) e João Dias (PCP) - ouviram não só Pedro Machado, mas também o presidente do INEM, Luís Meira, e o médico de emergência médica Filipe Serralva, sobre esta questão. Hoje foi ouvido o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, a pedido do PS.