Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica da Unidade Local de Saúde do Médio Ave com unidades em Famalicão e Santo Tirso estão em greve desde terça-feira. Os serviços de recolha de análises, radiologia e farmácia estão parados, estando apenas a ser cumpridos os serviços mínimos.
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Os profissionais de saúde reivindicam a aplicação da lei que atualiza as carreiras e, consequentemente, a posição remuneratória.
Segundo José Santos, do Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), o objetivo é que a lei seja cumprida com a atribuição de 1,5 pontos por ano, quanto à avaliação dos técnicos. Tal, avança o sindicalista, não é cumprido pela Unidade Local de Saúde do Médio Ave, que atribui de forma diferenciada os pontos que entende a cada um.
“Isso tem influência na subida da carreira e no vencimento”, esclarece José Santos, enquanto explica que, no seu caso em particular, não recebeu qualquer retroativo, tal como a lei indica. Os técnicos alegam ainda que os retroativos devem ser pagos desde 2019, algo que dizem não estar a acontecer na unidade de saúde.
“Desde a administração até aos chefes do serviço, cada uma tem a sua interpretação da lei, ignorando até os pareceres do gabinete jurídico que vão de encontro à aplicação do que a lei diz no sentido da atribuição de 1,5 pontos por ano e dos retroativos serem pagos”, apontou.
Uma das reivindicações prende-se com a remuneração dos técnicos que assumem funções de coordenação, que estão posicionados no topo da carreira.
O sindicalista aponta que andam “há dois anos e três meses” a tentar que a unidade de saúde cumpra mas nunca conseguiram chegar a um consenso. Por isso, já há quem tenha avançado para o tribunal.
Laura Ramalho, técnica de análises clinicas na unidade de Santo Tirso desde 1990, entende que, seguindo a lei, já deveria ter subido “dois patamares” na carreira, o que implicaria um aumento de salário na ordem dos 400 euros. Tal não aconteceu, tendo por isso avançado para tribunal.
Em situação semelhante está a técnica de análises clínicas na instituição há 23 anos, Vânia Rosa, que viu a posição remuneratória subir apenas um escalão. Mas, diz, deveria ter subido dois, em 2022. “Não subi porque não me foi atribuído 1,5 pontos”, revela.
“Enviei vários emails para os recursos humanos e não nos dão resposta a nada”, adianta. “É um desrespeito nem sequer nos darem resposta”, atiram os técnicos, notando que a unidade de saúde enviou um email na passada segunda feira, alegando que resolveriam o assunto até abril.
“Vamos ouvir o que têm a dizer porque estamos de boa-fé, mas agora só acreditamos em documentos escritos e concretos”, apontam.
O JN contatou a Unidade Saúde do Médio Ave mas, até ao momento, ainda não obteve qualquer esclarecimento.