A praça de táxis de Mirandela está sem telefone há cerca de três semanas e a situação está a causar polémica entre os taxistas.
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Não se trata de nenhuma avaria nem tão pouco falta de pagamento da fatura. As chamadas estão a ser reencaminhadas para a casa de uma empresa de táxis, com sede em Eivados (Mirandela).
O telefone sempre esteve ao serviço dos 13 taxistas de Mirandela que, de forma rotativa, efetuavam o pagamento mensal da fatura. Estranhamente, deixou de tocar, o que provocou dúvidas a estes profissionais. "Há mais de 30 anos que este número existe na praça de táxis e estranhamos o facto de não tocar há quase um mês", conta José Rouxinol, um dos taxistas que denunciou o caso.
Ao contactarem a Portugal Telecom, foram informados que o número terá sido reencaminhado para a uma habitação particular, sede da empresa de táxis "Auto Tuela", cujo gerente-administrador é Viriato Madureira.
Mário Fernandes, outro taxista, dá conta da revolta que esta situação está a causar. "Desde 2008, que o número de contribuinte alocado ao número de telefone é o dele (Viriato Madureira), mas sempre pagamos o telefone por todos e agora aproveitou para transferir o número para a sua casa", diz.
Viriato Madureira confirma que o número de telefone está associado ao contribuinte da empresa, alegando que desconhecia tal facto. "Só quando a operadora veio colocar a internet para poder cumprir com o novo sistema de faturação obrigatório, é que constatei que o telefone estava no nome da minha empresa", explica. "Se quiserem mudar que falem com a PT", acrescenta. No entanto, acusa os taxistas de lhe terem negado o acesso ao telefone da central. "Proibiram-me de atender o telefone por inveja", afirma.
Como o assunto não foi resolvido, terça-feira, os taxistas resolveram pedir explicações ao presidente da câmara, dado que a cabine telefónica está num espaço público e que até tem isenção de taxas de ocupação, cedida pelo município.
António Branco diz que está a tentar, junto da PT, resolver esta questão "de uma forma pacífica". Caso isso não aconteça, o autarca admite avançar para medidas mais drásticas, dado que se trata de "uma usurpação da utilização pública daquele espaço", conclui o edil.
Enquanto o caso não é resolvido, os taxistas decidiram colocar uma folha de jornal na cabine telefónica da praça de táxis por forma a omitir o número de telefone.