<p>Árvores derrubadas, muros destruídos, telhados descascados s e vidros partidos. Uma tromba-d'água passou ontem por Lisboa e fechou pelo menos uma escola durante os próximos dias. Não houve feridos. "Nunca vi nada assim", disse uma testemunha ao JN.</p>
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"Parece que passou aqui uma serra!", afirmou, ainda incrédulo, Gabriel Encarnaçao, vigilante do Centro de Saúde de São João, perante um cenário de destruição completa do jardim do estabelecimento de saúde. Todas as árvores, algumas de grande porte, foram arrancadas pela força do vento e o jardim parecia um amontoado de caules e troncos partidos.
Tudo terá acontecido pouco depois das 16.30 horas "e foi muito rápido, uns seis segundos". Gabriel Encarnação contou que reparou que começou a chover "com bastante intensidade" e que chamou dois utentes para o interior das instalações. "Quando vou para fechar a porta, deu-me ideia que se formou um funil aqui e o vento era tão forte que nem a conseguia fechar". Num ápice, o vigilante conta que "eram pessoas a gritar, vidros a partir e janelas a abrir". "Nunca senti uma coisa tão forte", afirmou, garantindo que "houve pessoas que entraram em estado de choque".
Muro em pedaços
Cerca de 200 metros ao lado, o cenário na Escola Patrício Prazeres era idêntico ou ainda pior: até um muro de tijolo e cimento caiu e ficou feito em destroços. "Era um barulho tremendo e levantei-me a correr", contou ao JN Ferreira Pinto, o director. "A minha preocupação foi de evitar que alguém entrasse em pânico e ver se não havia pessoas atingidas", continuou.
A escola tem 450 alunos, mas na altura só lá estavam " 80 ou 90", diz o responsável, acrescentando que "não houve danos pessoais mas "duas ou três pessoas mais idosas" ficaram bastante assustadas.
"Temos um muro que caiu totalmente, cerca de três dezenas de árvores arrancadas e vidros por todos os lados", resumiu, enquanto mostrava ao JN os estragos impressionantes. Disse ainda que a escola vai permanecer encerrada pelo menos até segunda-feira.
"Aquilo veio do mar, era uma nuvem cinzenta com estrondo", descreveu, por seu turno, a funcionária Trindade Costa. Ao final da tarde, uma equipa do Regimento de Sapadores Bombeiros encontrava-se na escola a limpar os estragos. O subchefe principal José Gil disse ao JN que no recinto foram derrubadas "umas 30 ou 40 árvores de médio e grande porte", como plátanos e choupos.
A tromba-d'água fez ainda danos em telhados de edifícios das Olaias, no Bairro Belo Horizonte e várias inundações em zonas como São Sebastião da Pedreira ou Marquês de Pombal.