A Águas do Douro e Paiva (AddP) faz 30 anos. Nesta parceria com o JN, discutem-se os desafios que se colocam ao setor na região.
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O Município de Lousada apresenta uma acessibilidade ao serviço de abastecimento de água de 96%. Só não abrange a totalidade dos residentes, porque, segundo o presidente da Câmara Municipal, Pedro Machado, podem “não existir condições técnicas para o prolongamento das redes pela sua localização”. A previsibilidade de “pouco consumo” desses alojamentos e a sua “distância às redes existentes” poderão “não permitir assegurar a qualidade da água a fornecer”. Apesar disso, há sempre caminho a percorrer para melhorar o serviço.
A melhoria dos serviços passa por novas infraestruturas?
Num processo de melhoria contínua, nomeadamente no combate às ineficiências do sistema e às perdas, a renovação das redes é fundamental. Anualmente são previstos investimentos nas infraestruturas que apresentem maior degradação, quer pela idade ou pela maior pressão, representada pelo número de roturas.
Qual o valor do investimento?
Os investimentos são sempre definidos no final de cada ano para o ano seguinte, em função da quantidade de condutas a renovar ou das instaladas para servir novas áreas de urbanização. No entanto, em alinhamento com os custos dos anos anteriores, o investimento anual em remodelação das condutas de abastecimento de água é na ordem dos 650 mil euros.
O município tem outros desafios na área da água?
Tem uma aposta contínua na otimização da gestão do ciclo urbano da água. Prevê investimentos em equipamentos, recursos humanos e processos que possam fornecer mais e melhor informação sobre o estado e funcionamento de todas as infraestruturas e que nos permita antecipar e reagir a eventos que possam ocorrer. Está a ser feita uma aposta clara em equipamentos e tecnologia informática, nomeadamente, plataformas de gestão, telemetria e telegestão. Os contadores eletrónicos - já instalados nos edifícios municipais e em fase experimental - serão uma aposta na melhoria da relação com os consumidores e um importante contributo no âmbito do processo de descarbonização.
Qual a percentagem de perdas de água?
Segundo os dados de 2023 reportados à ERSAR, o Município de Lousada apresenta para o indicador “Perdas reais de água” cerca de 61 litros (ramal/dia). É um bom indicador já que a entidade reguladora define o valor mínimo de cem litros (ramal/dia). Em termos de água não faturada, em 2023, fechou o ano com 23% de perdas. É um valor que representa a evolução no trabalho e investimento realizado. Em 2019, a percentagem de água não faturada era de 49,4%. O objetivo para 2024 será ficar abaixo dos 20%.
O que está a ser feito para as minimizar?
O município montou um sistema de telegestão que permite obter informação em cerca de 50 zonas de medição e controlo (ZMC) e instalou válvulas redutoras de pressão (VRP) para gerir em tempo real o funcionamento da rede de água. Possui uma equipa permanente de pesquisa ativa de fugas e está a implementar contadores com telemetria, nomeadamente em edifícios municipais. A muito curto prazo, serão efetuados investimentos em novas ZMC e VRP em zonas identificadas, bem como na alteração do parque de contadores.
Tem sido vantajoso integrar o sistema da Águas do Douro e Paiva?
A Águas do Douro e Paiva é um dos melhores exemplos de parcerias públicas entre o Estado e os municípios. É uma empresa altamente especializada na gestão e fornecimento de água e cumpre a sua missão na perfeição, garantindo um serviço de excelente qualidade aos seus clientes. A empresa efetua o fornecimento de água na totalidade do concelho de Lousada, em seis pontos de entrega diferentes. Nestes anos de parceria, a qualidade de serviço prestado foi sempre de excecional qualidade. Esta integração traz vantagens evidentes em termos de qualidade de serviço e eficiência na gestão dos recursos hídricos, dada a sua vasta experiência na gestão sustentável da água. Temos a garantia da qualidade exemplar da água que é distribuída, dado o cumprimento de normas e regulamentação ambiental a que está sujeita nos seus processos de captação, tratamento e distribuição para consumo humano.