Professora Dulce Coelho, de Sátão, chegou a ponderar desistir da profissão porque sacrifícios não compensavam.
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A palavra “desânimo” escapa com facilidade da boca de Dulce Coelho, 50 anos, professora de 1.º e 2.º ciclos na área de matemática e ciências da natureza. Para além de sentir que o “respeito” pela profissão que escolheu há três décadas se tem vindo a deteriorar, a perda de poder de compra é notória. Entre o ano letivo de 2006/07, quando esteve colocada em São Brás de Alportel, no Algarve, e 2023/24, esteve a “receber o mesmo”. Ou menos até, nos anos em que não conseguiu horário completo.
Nesses primeiros anos, “mesmo estando longe, ainda conseguia ajudar a pagar parte do empréstimo da habitação” que a família construiu na terra natal, uma aldeia no concelho de Sátão, distrito de Viseu. “Depois, com o aumento de custos e estando por longe”, as despesas da casa de família tiveram de passar a ser integralmente suportadas pelo marido.