Temperaturas de 35ºC no centro de saúde de Loures: entregues 20 escusas de responsabilidade
Mais de duas dezenas de profissionais de saúde da Unidade de Saúde Familiar Parque Cidade (Loures) apresentaram pedidos de escusa de responsabilidade por falta de condições de trabalho, com a temperatura nalguns gabinetes a atingir os 35 graus.
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Segundo a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), em causa estão as condições de trabalho no edifício onde funciona a USF Parque Cidade, que pertence à Unidade Local de Saúde (ULS) de Loures e Odivelas, que levaram 10 médicos, nove enfermeiros e quatro assistentes técnicos a entregar pedidos de escusa de responsabilidade.
Em comunicado, a FNAM diz que já exigiu explicações ao Conselho de Administração da ULS de Loures e Odivelas e, caso a situação não seja resolvida com urgência, ameaça avançar com queixas formais à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e à Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
A federação sublinha que o edifício não tem condições ambientais seguras, colocando em risco utentes e profissionais, e explica que as elevadas temperaturas sentidas no interior dos gabinetes têm sido combatidas com recurso a ventoinhas, medida que considera desaconselhada em determinadas circunstâncias pelas normas de prevenção de infeções.
Refere também que este cenário de falta de condições de trabalho se repete por várias unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que recebeu queixas semelhantes de centros de saúde e hospitais de outras regiões do país e exige “resposta imediata” da tutela.
O JN avançou, esta semana, que, devido às falhas no ar condicionado e ao "calor excessivo" que se faz sentir nas instalações no Centro de Saúde de Rio Tinto, Gondomar, os profissionais alertaram que “pode ser necessário ponderar o encerramento de prestação de cuidados programados, na medida em que não estão asseguradas as mínimas condições de segurança”.