Para muitos moradores da Rua do Espinheiro, em Canidelo, Gaia, a vista diária é um terreno baldio cheio de lixo acompanhado pelo mau cheiro intenso. O cenário está a causar revolta. Contactada pelo JN, a Câmara de Gaia explicou que parte da parcela é municipal e a outra é privada. O Município garante que "irá assumir as necessárias diligências para que o proprietário privado em causa faça a limpeza do seu terreno".
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Georgina Bastos, de 53 anos, vive ali há décadas e referiu que "nem sempre foi assim": na altura em que se mudou havia poucas habitações e nos terrenos não se acumulava lixo. Atualmente, queixa-se que os detritos "atraem gaivotas e ratazanas enormes" e que, perante a situação, a roupa que põe a secar fica rapidamente suja, tendo depois de "ir tudo para lavar outra vez".
A moradora sublinhou "que as pessoas têm que ter bom senso" e que o marido já se queixou à Junta de Canidelo, através de email. Questionada pelo JN, a Junta remeteu os esclarecimentos para o Município.
Judite Cardoso, de 78 anos, que passa pelo local diariamente, disse que quando parece que a situação está a melhorar, "passado um bocado já está tudo sujo outra vez". Além disso, contou que os sacos do lixo rasgam, "muitas vezes por causa das gaivotas", o que contribui para o mau cheiro e para o aparecimento dos ratos.
Outra moradora indignada é Francelina Silva, de 55 anos. "Isto é horrível. Deitam aqui colchões e sofás e o passeio está degradado", desabafou. A residente lembrou ainda que para o terreno chegou a estar previsto um jardim, que "acabou por ficar esquecido".
A Câmara explicou para a parte do terreno que lhe pertence está a ser alvo de um estudo urbanístico para definir o destino, sendo possível a alteração do alvará de loteamento, "que poderá passar pelo seu enquadramento no parque habitacional a construir pelo Município para o programa de arrendamento acessível, mas também pela criação de um espaço público".