Recinto portista foi demolido em 2004, mas passados 16 anos área continua livre e à espera de novos empreendimentos.
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Passaram 16 anos desde a demolição do Estádio das Antas, no Porto, e os terrenos continuam desocupados, à espera de novas construções, numa cidade carecida de espaços para erguer empreendimentos destinados a habitação. Ao JN, a Câmara do Porto referiu que "não deram entrada projetos" para a área antes ocupada pelo recinto portista e o único dado novo é um "pedido para reparcelamento de lotes".
O Estádio das Antas foi demolido em 2004, a partir do momento em que o F. C. Porto passou a ter casa no Estádio do Dragão, mesmo ao lado, tendo os terrenos passado para uma empresa imobiliária detida pelo Grupo Amorim e pela Somague.
O objetivo para a zona, inserida no Plano de Pormenor das Antas (PPA), seria avançar com construções, mas a turbulência dos mercados e a crise financeira na época funcionaram como travão. A própria Somague sucumbiu e foi adquirida pelos espanhóis da Sacyr. O certo é que nunca houve obra e o que existe, de momento, são os arruamentos e uma imensa área despida, com alguma vegetação.
Torre de iluminação resiste
Passados estes anos, curiosa é a sobrevivência de uma torre de iluminação do estádio, junto à antiga superior sul e que resiste de pé.
O único prédio erguido e habitado, mas localizado no perímetro em redor do extinto Estádio das Antas, situa-se ao fundo da Alameda, próximo do shopping com o mesmo nome.
Por agora, as gruas que se veem estão montadas em zonas de fronteira entre o demolido estádio e a área envolvente. É o caso do "Antas Build", ao cimo da Alameda. Terá sete andares e diferentes tipologias, entre T1 e T3. O preço-base para um T2 são 247 mil euros. A sua conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2021.
Para quem procura casa ou fazer um mero investimento, a localização é apetecível, até por ser servida com boas vias de acesso. Sem revelar valores, o "Antas Garden", outra construção no perímetro, esta na Rua do Vigorosa, junto à antiga superior norte, regista "um ritmo de vendas satisfatório", segundo referiu um dos responsáveis. Terá 57 habitações.
Mais atrasado está outro investimento. Na Rua da Renascença, nas traseiras do Shopping Alameda, há um terreno vedado e com um cartaz a publicitar casas, de T1 a T4, mas ainda sem projeto. "Não tem nome, nem está licenciado", confirmou a "White Star", uma empresa ligada ao processo.