Um despiste na noite de sábado em Tavira, na Estrada Nacional 397 (EN 397), provocou quatro mortos, depois de a viatura cair ao rio Séqua e as vítimas, três das quais menores de idade, ficarem encarceradas. O rio tem pouca profundidade no local do acidente.
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O que seria uma noite de diversão para quatro amigos, entre os 15 e os 18 anos, acabou em tragédia no Algarve. O carro elétrico em que seguiam despistou-se, na noite de sábado, na Estrada Nacional 397 (EN 397). Ao sair de uma curva, o veículo embateu numa árvore, destruiu os rails, capotou e caiu ao rio Séqua, em Tavira. Morreram todos dentro da viatura.
As vítimas são dois irmãos de nacionalidade alemã e dois amigos portugueses. Todos, à exceção do mais velho, estudavam no Colégio Internacional de Santiago, em Tavira. Florian, de 18 anos, era o condutor do Tesla, com matrícula alemã. Os ocupantes eram o seu irmão Marius, de 16 anos, e os portugueses Francisco, da mesma idade, e Gabin, de 15 anos. Os jovens residiam naquele concelho, nas localidades de Santo Estêvão e de Santa Catarina. Tinham estado a assistir a uma prova de artes marciais em Tavira, seguindo depois para a EN 397.
O alerta para o despiste foi dado às 22.20 horas, altura em que um automobilista passou no local e se apercebeu de que estava uma viatura dentro de água. O carro entrou em despiste à saída de uma curva apertada, no sentido de Tavira para o interior do concelho. Embateu numa árvore e destruiu os rails de proteção da via, mergulhando no rio. O veículo não deixou marcas de travagem no asfalto, como o JN constatou no local.
Não conseguiram sair
A viatura capotou, mas não ficou totalmente submersa devido à pouca profundidade do rio. No entanto, os jovens não conseguiram sair do Tesla por razões que serão apuradas durante a investigação. Quando foram retirados do carro, estavam já sem vida. As portas estavam trancadas e tiveram de ser desencarcerados pelos Bombeiros Voluntários de Tavira. No local estiveram ainda o INEM, a GNR e a Proteção Civil.
Depois, com o auxílio de uma grua, a viatura foi colocada na estrada. O veículo foi levado para um parque numa zona isolada, a cerca de um quilómetro do local do acidente, e foi sujeito a peritagens pelos militares do Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação da GNR. A EN 397 só foi reaberta ao trânsito às 1.40 horas deste domingo.
Carlos Silva reside na outra margem do rio onde ocorreu o despiste. Acordou de madrugada quando ouviu várias sirenes de veículos de emergência e ainda assistiu à retirada da viatura. “É uma estrada perigosa, sobretudo nesta zona e para quem não a conhece. A curva é apertada e não há iluminação pública. A berma junto ao rio é quase inexistente”, explicou ao JN.
Colégio e clube devastados
“Estamos absolutamente devastados pela trágica perda destas quatro vidas. Os próximos dias e semanas vão ser de uma dificuldade imensa” para toda a comunidade escolar, escreveu o Colégio Internacional de Santiago nas redes sociais. Também o Clube de Basquetebol de Tavira, onde jogava Gabin, a vítima mais nova, apresentou “as mais sinceras condolências à família e aos amigos”.
As quatro vítimas mortais foram transportadas para o gabinete médico-legal de Faro para ser realizada autópsia.
No local estiveram 21 operacionais dos Bombeiros de Tavira, INEM, GNR e Proteção Civil, com o apoio de 11 viaturas.