Cerca de 39 trabalhadores de uma têxtil localizada em Burgães, Santo Tirso, foram despedidos, rumando a casa com dois meses de salários por receber.
Corpo do artigo
De acordo com o relato de uma ex-operária, a Bracara, uma empresa de exportadores de confecções declarada insolvente a 27 de Outubro último, deixara de pagar em Setembro e, em seguida, terá aconselhado aos funcionários a suspensão do contrato de trabalho. "No dia 20 de Outubro, viemos para casa. Estivemos um só dia em casa, mas o advogado disse para nos apresentarmos ao trabalho. Trabalhámos uma semana e uns dias e fomos lá na segunda-feira [dia 2], quando anunciaram que iam despedir-nos", conta Margarida Castro que aguarda pelo dia 3 de Fevereiro para ficar a saber, na assembleia de credores, quando e como lhe vão pagar os ordenados e indemnizações.
Ao JN, a trabalhadora referiu que a fábrica se vinha debatendo, ultimamente, com falta de encomendas. "A secção de corte estava muito parada. Dizem que um cliente holandês lhes faltou com muito dinheiro e encomendas, e eu acredito, porque era uma fábrica espectacular. Andei lá 18 anos e adorei aquele trabalho", afirma.
Margarida pediu o subsídio de desemprego há uma semana - "estamos quase há três meses sem receber nenhum", lamenta. Vai procurar novo trabalho. Tem 43 anos, mas não tem medo do futuro: "Como sou costureira, pode ser que consiga. A gente tenta".
Segundo conseguimos apurar, a fábrica continua a laborar com cerca de 31 operários, e acredita-se que haja a intenção de a recuperar. "Parece que querem continuar com a empresa. Não querem fechá-la", disse Madalena Vale, também dispensada. O JN procurou ouvir a Administração da Bracara, mas esta recusou-se a prestar quaisquer declarações. Ana Correia Costa