Iniciativa Bioblitz, sobre a biodiversidade, vai na décima edição e termina neste domingo. Cartaz contempla várias atividades preparadas para escolas e famílias.
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"No final, nem vai parecer a mesma", diz Augusto Rocha à filha de nove anos, que, admirada, segue atenta cada tosquiadela que o encorpado neozelandês Marty O"Connel aplica na ovelha que segura entre as pernas. Os dois estão entre a roda humana que em instantes se formara ao redor da plataforma que Marty e a mulher, Susana, um casal do Alentejo, usam para tosquiar ovelhas, atividade que na tarde deste sábado era uma das mais cobiçadas pelos inúmeros visitantes do Bioblitz, evento com que o Parque de Serralves mostra ao público a biodiversidade que habita a quinta.
A iniciativa, que vai na 10ª edição e termina neste domingo, pretende ainda dar oportunidade às escolas e às famílias para passarem tempo de lazer entre elementos naturais. "Essa é a grande vantagem do Parque de Serralves; o contacto do público citadino com o campo e com a Natureza, muito próximo das suas casas", explica ao JN Ricardo Bravo, responsável pelo Parque de Serralves.
A meio da tarde de sábado, e já ensonada e com fome após ter participado em várias iniciativas desde a manhã - como "ver anfíbios e fazer atividades sobre o musgo e asas dos grilos" - , a pequena Margarida, de quatro anos e meio, acaba de assistir pela primeira vez à tosquia das ovelhas, e Daniela Silva, a mãe, realça a mais-valia de o evento permitir a quem reside nas cidades "ter mais contacto com áreas verdes, com os animais e as plantas desde cedo". A residir em Gaia, Daniela promete voltar a Serralves no domingo, para a menina experimentar outras propostas do programa do Bioblitz.
Mais público
Ricardo Bravo faz um "balanço muito bom" das 10 edições do Bioblitz, que "é o terceiro maior evento de Serralves", e lembra que o certame tem crescido ao longo dos anos, com "mais público e mais atividades", que durante a semana são dirigidas às escolas. Com entrada gratuita, a iniciativa oferece ao público diversos espectáculos e oficinas.
"As crianças adoram, e estão entusiasmadas. Isto é fundamental", diz Augusto Rocha, que se recorda de ver tosquias feitas "com tesoura", há 30 anos, na terra dos avós, em Castelo de Paiva.