Tom usado pela Câmara de Aveiro sobre pavilhão multiusos foi “inadequado” e “inurbano”
Universidade de Aveiro reagiu ao comunicado onde a autarquia reiterava que o pavilhão multiusos da instituição está ilegal.
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A Universidade de Aveiro (UA) reagiu, esta terça-feira, ao esclarecimento que a Câmara de Aveiro havia prestado, no dia anterior, sobre a Nave Multiusos Caixa UA, o pavilhão que foi inaugurado no campus universitário, no ano passado, e que a autarquia diz estar ilegal. A reitoria considera “profundamente inadequado o tom inurbano utilizado pela Câmara”, “mormente ao tornar públicas comunicações privadas, reproduzindo e-mails trocados entre entidades, sem a autorização expressa dos respetivos autores ou destinatários”. E continua a assegurar que o pavilhão não carece de parecer obrigatório do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ).
As declarações iniciais de Ribau Esteves, presidente da Câmara, surgiram numa Assembleia Municipal, depois de o edil ter sido confrontado por um deputado do PS (oposição) sobre o custo do novo pavilhão municipal que a autarquia quer construir, por 22 milhões de euros. O socialista Mário Costa deu como bom exemplo a Nave da UA, erguida em 11 meses e com um custo que rondou os nove milhões.
De imediato, Ribau Esteves frisou que a estrutura da UA era um “mau exemplo”, por se encontrar ilegal, uma vez que faltavam ao edifício pareceres positivos de várias entidades, nomeadamente do IPDJ. A universidade, no dia a seguir, repudiou as acusações.
Essa ilegalidade foi reiterada, anteontem, num comunicado onde a Câmara divulgou e-mails trocados com uma vice-reitora da universidade, que assumia estar “a reunir toda a documentação que atesta as condições técnicas e legais necessárias para a conclusão de licenciamento do espaço [Nave]”. Ontem, a reitoria frisou que a UA “não é ator da luta-político partidária”.