Um jovem de 25 anos morreu, ontem, em consequência da explosão de material pirotécnico numa fábrica de fogo-de-artifício, em Amarante, a "Douro Pirotecnia". A vítima, com sete meses de experiência, manuseava explosivos, que rebentaram nas suas mãos.
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Após o estrondo da explosão, abateu-se um silêncio ensurdecedor sobre a "Douro Pirotecnia", localizada em Pidre, Mancelos, Amarante. Ninguém quis prestar declarações sobre o sucedido, que roubou a vida a Pedro Filipe Teixeira da Silva, residente em Borba de Godim, Lixa, Felgueiras.
A única excepção foi o comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Meã. A Administração da empresa, por intermédio de uma mulher que não se identificou, disse, ao JN, que "o momento não era o indicado". Depois, fechou um enorme portão cinzento. Já os familiares da vítima, que acorreram ao local mal souberam da tragédia, foram levados para o interior do pavilhão principal da empresa.
Segundo acidente na empresa
De construção recente, a Douro Pirotecnia tem a produção de fogo-de-artifício dispersa pelo monte em 25 pequenas casas (designadas de fábricas), onde apenas labora um único operário. Assim se explica que o impacto do violento rebentamento não tenha causado mais vítimas. Os restantes sete operários estavam a laborar nas outras casas.
A explosão destruiu cerca de 80% da pequena fábrica no preciso momento em que a vítima procedia ao tamponamento das velas de fogo-de-artifício, após ter feito uma pequena pausa para lanchar, disse, ao JN, uma fonte. Ao alto ficou apenas uma parede que divide o espaço em dois. O corpo de Pedro Silva só foi removido dos escombros cerca das 17 horas, após a chegada do delegado de Saúde e da Polícia Judiciária.
À vista desarmada, a fábrica tem boas condições para a actividade laboral. Ao JN, o comandante dos Bombeiros de Vila Meã explicou que "a Douro Pirotecnia tem um excelente plano de emergência, bem elaborado para responder a essas situações. São coisas que acontecem. As causas exactas do acidente são ainda desconhecidas", referiu Albano Teixeira. Hoje, a Unidade da Delegação de Penafiel da Autoridade para as Condições de Trabalho regressa ao local para concluir a investigação. Por lá andou também a Polícia Judiciária e a GNR, que fizeram inquéritos autónomos.
Este é o segundo acidente do género com que a Administração da "Douro Pirotecnia" tem de lidar. Há cerca de quatro anos, uma mulher foi fatalmente apanhada por uma idêntica explosão na velha fábrica de Mancelos. A licença para a nova unidade foi obtida em 2009. O corpo da vítima, muito maltratado, foi levado pelos Bombeiros de Vila Meã para a Delegação de Penafiel do Instituto de Medicina Legal.