Trabalhadores da Aapico estiveram esta segunda-feira em protesto, à frente das instalações da multinacional de fabrico de peças e acessórios de automóveis, na Maia. Exigem "aumentos salariais dignos e justos" e o "fim da desigualdade salarial", defendendo um "diálogo aberto" com a empresa.
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Os trabalhadores reclamam que "a administração não mostra abertura negocial", face ao caderno reivindicativo de 2024. "Este ano, unilateralmente, a administração fez uma revisão salarial de 4,3%, sem ouvir as estruturas representativas, daí a nossa indignação", sublinha Ângelo Esteves, da Comissão de Trabalhadores.
Jorge Duarte assegura que, em 35 anos de serviço na Aapico, esta é a primeira vez que uma greve é feita para reivindicar um aumento salarial. Explicou que, "noutras negociações, em anos anteriores, a empresa sempre teve uma boa postura”. “Só que este ano quis impor-se, não quis ouvir os trabalhadores e as suas estruturas", reiterou o coordenador da Comissão de Trabalhadores. Os funcionários defendem um aumento de 15% nos salários, sendo que, nas retribuições mais baixas, querem uma subida mínima de 150 euros.
O protesto vai repetir-se nesta terça-feira, na quarta e nos próximos dias 29 e 30 de abril. Os trabalhadores fazem greve "nas duas últimas horas de cada turno ou horário de trabalho da empresa".
Durante a tarde, a administração da empresa convocou uma reunião com a Comissão de Trabalhadores. Segundo Jorge Duarte, "já foi demonstrada alguma abertura perante o piquete de greve". "Foi apresentada uma nova proposta, que vamos dar a conhecer aos trabalhadores, em plenário e que, se for aceite, as datas de greve planeadas podem vir a ser canceladas", adianta.
No pré-aviso de greve, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte ( SITE Norte) deixou a garantia que "a segurança e manutenção de equipamentos e instalações, durante o período de greve, serão assegurados pelos trabalhadores nos mesmos moldes em que o são nos períodos de interrupção de funcionamento ou de encerramento".
O JN questionou a administração da Aapico Maia, mas não obteve resposta.