Os funcionários da empresa municipal Ágora estão, esta sexta-feira, em greve para exigirem progressão na carreira, melhores salários e redução do horário de trabalho. A Câmara do Porto garante que está a agir segundo o que está previsto no Código do Trabalho e que haverá mudanças já no próximo ano.
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O protesto reuniu cerca de 70 pessoas na Praça da Trindade, originando a que vários equipamentos desportivos municipais fossem encerrados. Segundo a dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), as negociações já duram desde 2020 e não tiveram progressos significativos ao longo dos anos.
"Estamos aqui para reivindicar os nossos direitos. Queremos alertar os candidatos à presidência da Câmara do Porto para a importância desta luta. Temos pessoas que trabalham aqui há 20 anos e que ganham o mesmo do que alguém que entrou há um mês", explicou Ana Sousa, que também é professora de natação.
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão incluídos um aumento salarial de 15%, progressão nas carreiras, redução do horário laboral para 35 horas semanais, aumento das férias para 25 dias úteis e avaliação de desempenho justa, sem quotas.
Já da parte da Cultura, Gonçalo Gregório, em representação do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE), vai mais além, salientando que o facto de a Ágora ser uma empresa municipal significa que "há verbas para as melhorias pretendidas" e que não haverá vontade da empresa em as implementar.
"Fingem a progressão dos que estão há mais tempo, criando postos de trabalho com menos condições. Não há necessidade das 40 horas semanais para o pleno funcionamento das instalações, provocando apenas desgaste. Mesmo em greve, houve funcionários que vão trabalhar para não prejudicar as produções dos espetáculos que estão agendados para hoje", lamentou, acrescentando que tem havido um "decréscimo de condições".
Por sua vez, a Câmara do Porto garante que a questão da progressão da carreira terá uma solução em breve, uma vez que a partir de 1 de janeiro do próximo ano, entrará em vigor uma modernização da gestão pública que procurará "assegurar critérios transparentes, objetivos e equitativos".
Relativamente às questões da redução de horários, aumento de salários, e suplementos remuneratórios adicionais, a autarquia portuense garante que tem agido de acordo com o "Contrato de Trabalho e com a lei". Além disso, demonstrou-se surpresa pela convocatória de greve, uma vez que terá demonstrado "total disponibilidade para o diálogo com os representantes dos trabalhadores".