Os funcionários da multinacional americana Amtrol, dedicada ao fabrico de botijas de gás, sediada em Brito, Guimarães, estiveram, esta quinta-feira, em protesto por aquilo que classificam como uma “estratégia de aproximação do salário mínimo nacional aos restantes salários, criando o salário único na classe operária”.
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As manifestações à porta da empresa decorreram entre as 8 e as 14 horas. No período da tarde, os operários promoveram uma marcha ao longo da EN 206, que liga Guimarães a Famalicão, obrigando a GNR a desviar o trânsito.
Os trabalhadores queixam-se também de a empresa “não aceitar nem se disponibilizar para negociar as propostas reivindicativas de 2024”. Em comunicado, a comissão de trabalhadores afirma que, nos últimos seis anos, a empresa tem apostado na desvalorização das categorias profissionais. “Há 15 anos atrás, toda a gente nesta empresa ganhava, pelo menos, mais 200 euros que o salário mínimo nacional, atualmente, a diferença anda nos 20 ou 30 euros”, queixava-se um dos trabalhadores que integrou o protesto. Os trabalhadores defendem que “aumentos de cinco euros para salários de mil euros não refletem o aumento do custo de vida”.
Lucros de oito milhões de euros
Contactada pelo JN, a administração da Amtrol Alfa não quis prestar declarações. A acompanhar a manifestação estiveram o eurodeputado João Pimenta Lopes e a cabeça de lista da CDU pelo círculo de Braga, Sandra Cardoso. “Não é compreensível que uma empresa que apresenta lucros na casa dos oito milhões de euros faça aumentos de cinco euros. Um aumento de 150 euros, como proposto pelos trabalhadores, significaria que a empresa poderia apresentar lucros da mesma ordem de grandeza”, afirmou o eurodeputado da CDU.
A Amtrol-Alfa começou a laborar em Guimarães, em 1962, na altura com o nome Petróleo Mecânica Alfa. Em 2017, a empresa foi adquirida pela Worthington Industries, empresa líder do setor de produção de cilindros na América do Norte. A Amtrol Alfa exporta para mais de 100 países, produz mais de 110 milhões de cilindros anualmente e tem a capacidade de produção diária de 25 mil cilindros.