Os trabalhadores da Cabelte concentraram-se, esta segunda-feira, em frente às instalações da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), no Porto, para denunciar "comportamentos discriminatórios e intimidatórios da administração". Segundo o SITE-Norte, a empresa tem tentado dissuadir os funcionários da greve.
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Melhores salários, a aplicação da 5.ª diuturnidade (prémio de antiguidade na categoria) e o reconhecimento do trabalho noturno a partir das 20 horas são os motivos da luta dos trabalhadores da Cabelte, que estão em greves parciais desde o dia 31 de janeiro.
No entanto, dois meses volvidos desde o início das paralisações, os trabalhadores ainda não conseguiram chegar a acordo com a empresa, tendo acabado por denunciar, à ACT, situações persecutórias, discriminatórias e intimidatórias tidas pela administração. "A empresa mete chefias e engenheiros a trabalhar nas nossas máquinas. A empresa contratou trabalhadores temporários e pede para se entrar mais cedo e sair mais tarde", afirma Bruno Salgado, dirigente sindical. Segundo o trabalhador, durante os períodos em que estão em greve, a empresa arranja substitutos para que a empresa continue a funcionar, ainda que não seja a 100%.
Além disso, os funcionários garantem que a administração da empresa tem tentado dissuadir os trabalhadores de fazerem greve e têm feito uma "campanha" para que estes de desvinculem dos sindicatos. "Estão a fazer um bocadinho de tudo para tentar demover os trabalhadores que estão em greve. De um universo de 500 trabalhadores, entre os dois polos, Arcozelo e Ribeirão, somos à volta de 85 a 90 trabalhadores em greve", adianta.
Mais greves para os próximos dias
Os funcionários denunciaram também a recusa da administração em discutir o Acordo de Empresa, a negação de marcação de férias de 2023 aos trabalhadores em greve e a imposição de trabalho suplementar a outros trabalhadores, negando-lhes folgas e tempos mínimos de descanso entre turnos.
Segundo o SITE-Norte, para os trabalhadores mais antigos as horas noturnas começam a contar a partir das 20 horas, mas, para quem entrou depois de 2004, sensivelmente, só começam a contar a partir das 23 horas.
A luta irá continuar, sendo que as greves parciais estão convocadas até esta terça-feira e o SITE-Norte já formalizou o prolongamento das paralisações para o período de 5 de abril a 4 de maio.