Os trabalhadores da Cabelte, empresa de cabos elétricos sediada em Arcozelo, Gaia, estiveram em greve nesta sexta-feira, para exigir melhores salários, a quinta diuturnidade ou prémio de antiguidade para operários com mais de 20 anos de casa e o pagamento de horas noturnas a partir das 20.
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O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente no Norte assinalou a forte adesão . Estão previstas mais nove ações de luta nas próximas semanas. O JN não conseguiu ouvir a empresa.
Segundo Joaquim Fernandes, dirigente do sindicato, existe uma grande discriminação e disparidade salarial na empresa, além da instabilidade a que os horários rotativos a horas tardias causam no ambiente familiar. Mas, acima de tudo, exige-se “o reconhecimento do trabalhador, que tem mais de 20 anos de carreira contributiva ou aquele que faz horas noturnas ou fins de semana e recebe o mesmo do que aquele que faz horas normais”. “Para quem recebe o salário base da empresa, não é o suficiente para pagar o básico, especialmente se for um casal com filhos não dá para as despesas”, acrescentou.
O sindicalista destacou, ainda, que este trabalho é “extraordinariamente cansativo” e que a rotatividade e as funções acarretam doenças laborais, dor e desgaste físico, “o que não é reconhecido de forma monetária” e provoca “a revolta dos trabalhadores, principalmente na produção”. Joaquim Fernandes contou que já teve “esta discussão com a direção” da empresa mas “a resposta foi que este ano não podia ser, talvez para o ano”.
Relativamente à greve desta sexta-feira, que se realizou das 13 às 17 horas, junto às instalações da empresa, na Rua de Espírito, em Arcozelo, Vila Nova de Gaia, o dirigente referiu que teve bastante adesão, especialmente dos “trabalhadores de chão de fábrica”. "Esta empresa é uma das maiores nesta área, em Portugal e na Europa, mas os salários não refletem isso", sublinhou. Estão previstas mais nove ações durante as próximas semanas.
