Mais de uma centena de trabalhadores da Impormol, fábrica de molas para automóveis, está concentrada na manhã desta sexta-feira em Lisboa, para protestar contra o encerramento daquela unidade sedeada na Azambuja.
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A Impormol, atualmente chamada de Frauenthal Automotive, depois de ter sido adquirida pela multinacional Heavy Metal Invest, com sede no Liechtenstein, existe no concelho de Azambuja há perto de 50 anos e viu, em meados de abril, a administração avançar com um pedido de insolvência e suspensão da atividade.
Em função disto, o desemprego ameaça agora cerca de 180 funcionários da empresa.
"Somos trabalhadores altamente qualificados, não somos números que se apagam com uma borracha", disse, durante a concentração no Largo de Camões, Fernando Pina, delegado sindical da empresa.
Ao protesto desta sexta-feira, juntaram-se o vice presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, o presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, e o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
Trabalhadores e sindicalistas aproveitaram para recordar que a empresa "tem uma larga herança de conhecimento, boa base tecnológica e trabalha exclusivamente para as exportações. "É inacreditável como se pode querer fechar uma empresa com estas características", sublinhou Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, concelho onde residem muitos dos operários da Impormol.
Idêntica posição foi assumida pelo vice-presidente da Autarquia da Azambuja. "Esta é uma empresa viável, com futuro e estão aqui a querer pregar-nos uma 'partidinha'", sublinhou Silvino Lúcio, lembrando que o concelho perdeu nos últimos anos fábricas tão importantes como a Ford e a Opel. "Tudo iremos fazer para evitar mais um buraco negro", referiu ao JN.
Já Arménio Carlos destacou que este é um exemplo "do que são os papéis do Panamá", alegando que a empresa chegou a esta situação porque "ficou nas mãos de um fundo de investimentos".
No final da concentração, os trabalhadores aprovaram uma moção em que exigem ao Ministério da Economia o apoio para evitar o fecho da fábrica.
Na quinta-feira à tarde, uma delegação sindical foi recebida no ministério, tendo obtido a garantia que o Governo, com o apoio do IAPMEI, está a fazer tudo para encontrar um investidor, que possa garantir a continuação da produção e, consequentemente, evitar o desemprego dos 180 trabalhadores.