Concentrados em frente às instalações em Guimarães, os funcionários reclamam uma negociação com a administração da empresa que acusam de os ignorar
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Os trabalhadores da Petrotec, na vila de Ponte, em Guimarães, estão, esta tarde, em greve e concentrados no exterior das instalações da empresa, fabricante de bombas de abastecimento de combustível, para reclamar melhores salários, redução da jornada semanal para 35 horas, valorização do trabalho noturno, mas sobretudo, a possibilidade de negociarem com a administração que acusam de não os receber.
Elias Silva, delegado do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambientes (SITE) na empresa, refere que “no início do ano foi entregue à administração um caderno com as reivindicações e, desde essa altura, nunca mostraram disponibilidade para negociar”. Segundo os trabalhadores, a Petrotec remete-os para a contratação coletiva e para a negociação que deve acontecer em sede de concertação social, “que como sabemos está paralisada”, dizem.
Elias Silva diz que estes trabalhadores da Petrotec, em Guimarães, “desempenham funções altamente qualificadas e ganham só 10 ou 15 euros acima do salário mínimo nacional”. O caderno reivindicativo apresentado à administração aponta para um aumento de 200 euros, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, uma progressão salarial de 20 euros a cada cinco anos, por diuturnidades, um acréscimo de 40% para as horas de trabalho noturno (atualmente são 25%) e 25 dias de férias para todos os funcionários (neste momento depende da assiduidade).
A Petrotec foi fundada em 1983, tem capitais 100% portugueses, filiais em oito países e representações em 84, em quatro continentes. A empresa tem 1200 trabalhadores (70 em Guimarães) e é fornecedora de algumas das maiores retalhistas de combustível do mundo. Em fevereiro, a Petrotec anunciou um investimento de quatro milhões de euros, na Póvoa de Lanhoso, para a construção de uma fábrica de carregadores elétricos.
Contactada pelo JN, a administração da Petrotec mostrou-se indisponível para comentar as reivindicações dos trabalhadores em greve.