Trabalhadores da Vidrala na Marinha Grande em greve por melhores salários
Os operários das empresas Gallo Vidro, Santos Barosa e Vidrala Logistics vão entrar em greve entre as 5 horas desta terça-feira e as 5 horas de sábado, para reivindicar o aumento dos salários e melhores condições de trabalho.
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O protesto deve-se à interrupção das negociações da parte do Grupo Vidrala, que aumentou os vencimentos em 55 euros ilíquidos, quando o montante pretendido era de 120.
“A empresa aplicou uma atualização unilateral, em fevereiro, muito abaixo do que os trabalhadores reivindicam, o que os deixou muito revoltados”, explica ao JN Fátima Messias, coordenadora da Federação Portuguesa Sindicatos Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom).
“É o setor do vidro mais rentável. Mesmo em alturas piores, não deixam de ter lucro”, garante. “Há dinheiro para a distribuição de dividendos por todos, menos para os trabalhadores”, lamenta.
Expectativa de boa adesão
O aumento constante do custo de vida, que se tem refletido no agravamento das rendas, na subida das taxas de juro, e no preço dos alimentos, levam-na a acreditar que haverá uma “grande adesão”. Contudo, diz que o grupo de produção de garrafas em vidro andou a pressionar os operários, no fim de semana, para não aderirem, situação que já foi denunciada à Autoridade para as Condições de Trabalho. “A empresa não tem de se imiscuir num direito dos trabalhadores. Isso é uma violação da lei da greve.”
As três empresas empregam no total 882 operários, em regime de turnos. Fátima Messias adianta ainda que também está a decorrer uma paralisação numa fábrica da Vidrala, na Galiza, em Espanha, e que os operários das fábricas da BA Glass de Avintes, da Marinha Grande e de Vendas Novas também vão entrar em greve, entre as 23 horas do dia 1 e as 20 horas do dia 4 de abril, por aumentos salariais e por melhores condições.
Contactado pelo JN, o grupo Vidrala não se quis pronunciar.