Os trabalhadores dispensados da Yazaki Saltano, em Ovar, estão ainda em negociações com a empresa por causa dos montantes a receber. Entendem que o valor previsto na lei não é justo e lamentam a falta de abertura e de respostas por parte da administração.
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“A única coisa que nos disseram é que só querem dar o que é de lei, nada mais”, contou, esta terça-feira, uma trabalhadora, que preferiu não ser identificada.
O SITE - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente e os representantes dos trabalhadores fizeram, por isso, um abaixo-assinado, onde pedem que “a empresa tenha atenção e dê mais alguma coisa aos trabalhadores”. “O que é de lei não é justo. Há pessoas que estão ali há 30 anos, deram ali as suas vidas, portanto, acho que deviam dar uma gratificação, porque a empresa tem lucros de milhões. Para eles é uma esmola”, explicou a mulher.
Foi há quase um mês que 364 funcionários da multinacional japonesa - que deu nota pública de se estar a ressentir da quebra de vendas na indústria automóvel - receberam uma carta a comunicar a intenção de despedimento e a dispensa imediata do trabalho.
Quem recebeu a carta “continua em casa”. Porém, um grupo de 57 pessoas terá sido abordado “para voltar ao serviço”, conta a trabalhadora que falou com o JN. “Mas por quanto tempo é, ninguém sabe. É uma incógnita”, conta a trabalhadora.
Esta segunda-feira, decorreu um plenário de trabalhadores, mas "as negociações [com a empresa] ainda estão numa fase muito inicial”, referiu Justino Pereira, coordenador Centro-Norte do SITE. “A empresa, na primeira abordagem, mantém a proposta que tinha de pagamento do que está na lei. Mas os trabalhadores continuam a entender que mereciam uma valorização”, confirmou, adiantando que no final desta semana deverá ter lugar uma nova reunião. Também “há a expectativa de que a empresa possa salvaguardar alguns postos de trabalho”, acrescentou.