Sessenta trabalhadores da empresa de confecções Pink Drops, de Oliveira de S. Mateus, Famalicão, suspenderam o contrato de trabalho. Deram com a porta fechada quando chegaram de um período de interregno.
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.Segundo contou Maria do Céu Carvalho, funcionária da Pink Drops, a firma enviou uma carta aos funcionários para que ficassem em casa de 23 de Abril até 4 de Maio. Contudo, nesse dia, o prazo de não laboração foi prolongado até ao passado dia 12.
"No dia 13, voltámos ao trabalho e até hoje não há respostas do patrão, a porta está fechada e não está cá ninguém", avançou a trabalhadora, salientando que o gerente "nunca mais deu a cara". De acordo com os funcionários, há dois meses de salários em atraso - Março e Abril -, justificados pelo administrador com o facto de não haver encomendas.
Perante os salários em atraso, e por não haver encerramento ou pedido de insolvência por parte da firma, os trabalhadores tiveram de pedir a suspensão do contrato de trabalho, o que lhes permite ter acesso a um subsídio.
Atendendo à situação, os sessenta empregados esperavam ontem de manhã que o patrão entregasse as cartas de despedimento, mas tal não aconteceu, pelo que avançaram para a suspensão.
Ao que dizem os trabalhadores, durante os dias que estiveram à porta da empresa apareceram "controladores com carrinhas cheias de trabalho, mas não está ninguém e não conseguiram ligar ao patrão, por isso foram embora". De resto, segundo avançaram, em Outubro do ano passado a empresa mudou de gerência e desde então não "havia dia certo de receber".
O Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes está a acompanhar o caso e confirmou a dificuldade em contactar a Administração. O sindicalista José Araújo diz que a firma alega não ser possível continuar a trabalhar, por isso tenta agora saber se a empresa vai fechar portas ou decretar a insolvência.
"Tenho dois filhos a estudar, casa para pagar e estou sem receber há dois meses. Não se pode viver assim", desabafava Joaquina Oliveira, dizendo que desde Outubro que começou a ver "as coisas mal paradas".
Caso a empresa não avance entretanto com o pedido de insolvência, os funcionários equacionam fazê-lo de modo a salvaguardarem os seus direitos. O JN tentou contactar a Administração da empresa, mas tal não foi possível atéà hora do fecho desta edição.