A grande maioria dos trabalhadores da fábrica de Ovar da japonesa Yazaki Saltano, que receberam uma carta a comunicar a intenção de despedimento e a dispensa imediata do trabalho, não compareceu esta sexta-feira na unidadel. A medida, que deixará 364 sem sustento, é o mais recente episódio da crise no ramo automóvel.
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Isabel Graça, uma das trabalhadoras de Ovar afetadas, contou ao JN que optou por não ir esta sexta-feira à fábrica - depois de anteontem ter recebido uma carta a comunicar a “intenção de despedimento” e a “dispensa” do trabalho - para proteger a sua “saúde mental”. A operária enfrenta o segundo despedimento na Yazaki. Após o primeiro, no início dos anos 2000, voltou a ser contratada. Agora, ao fim de mais 12 anos de trabalho e com 54 anos de vida, ficou novamente sem emprego e receia o futuro.
“É muito complicado. As pessoas tinham a vida orientada” e agora “ficam pelo caminho”, desabafa, explicando que há colegas que têm empréstimos, filhos pequenos ou, como ela, não têm idade para a reforma nem perspetivas de novo emprego.