Trabalhadores do Minipreço manifestam-se contra despedimentos no Porto e Matosinhos
Os trabalhadores de duas lojas do Minipreço no Porto e Matosinhos vão concentrar-se, na quinta-feira, na Trindade, Porto, para contestar o seu despedimento. Joaquim Pinto, do sindicato STGSSP, diz que a Auchan, que comprou o Minipreço, "tinha garantido que os trabalhadores iriam continuar nos seus postos de trabalho".
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A concentração está marcada para a porta da loja da Trindade, na Rua Dr. Ricardo Jorge, às 12.30 horas, e conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores das Grandes Superfícies, Armazéns e Serviços de Portugal (STGSSP). Em ambas as lojas está em causa o emprego de 14 pessoas.
Ao JN, segundo diz Joaquim Pinto, "o despedimento foi comunicado esta quarta-feira", apanhando de surpresa os funcionários. As duas lojas são 'franchisadas' e o responsável "também não assume a continuidade dos postos de trabalho". Inclusive, o sindicato tem dúvidas que a loja da Trindade abra portas a partir desta quinta-feira.
Joaquim Pinto promete recorrer a todas as vias. "O normal é que quando uma empresa compra outra, os trabalhadores transitem para a nova empresa. Queremos que se cumpra a Lei. Vamos recorrer à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e podemos levar o caso para os tribunais, a pedir a reintegração", adianta o sindicalista, num cenário de falta de entendimento com a Auchan.
"O STGSSP recebeu esta manhã, com profunda indignação e preocupação, o anúncio do encerramento definitivo das lojas Minipreço Trindade (Porto) e Matosinhos Stara (lojas franqueadas), uma decisão que afeta gravemente os direitos e o sustento de dezenas de trabalhadores. Estes encerramentos, que resultam diretamente de decisões empresariais alheias à realidade económica e social vivida pelas equipas que têm dedicado o seu esforço e compromisso para o bom funcionamento e sucesso das lojas, implicarão o despedimento de todos os trabalhadores, perante o silêncio do grupo Auchan, que finalizou a fusão da antiga dona da cadeia Minipreço (Dia Portugal) com a Auchan Retail Portugal", refere o sindicato, em comunicado.
"Estes trabalhadores, incluindo quem tem décadas de serviço e sobreviveu a anteriores processos de transmissão de estabelecimento, serão atirados para o desemprego, numa altura de grande incerteza no mercado de trabalho. Sem qualquer consideração pelo impacto social e humano, esta decisão surge sem
aviso prévio e sem a devida negociação ou compensação adequada para quem se verá privado do seu sustento, pese embora o STGSSP tenha pedido esclarecimentos ao Auchan aquando do anúncio do negócio entre o grupo DIA e o grupo Auchan", é adiantado.
Para o sindicato, "é inaceitável que num momento de crise social e económica, se permita que empresas de grande dimensão tomem decisões deste calibre, sem garantirem soluções alternativas de emprego ou apoio aos trabalhadores". O STGSSP "exige uma resposta urgente por parte das autoridades competentes".
O "Jornal de Notícias" contactou o grupo Auchan, mas não obteve resposta.