Os Trabalhadores Social Democratas, estrutura autónoma do PSD para as questões laborais, criticam a falta de fiscalização sobre a operação da rede Unir na Área Metropolitana do Porto e sugerem a necessidade de "repensar" o modelo de gestão atual dos transportes públicos na região.
Corpo do artigo
Começando por mostrar-se preocupados "com os relatos do estado degradado da operação levada a cabo pela Unir", os Trabalhadores Social Democratas (TSD) consideram que "o modelo de gestão atual dos transportes públicos tem de ser repensado, contemplando formas de financiamento tendencialmente mais associadas às políticas de mobilidade das regiões e aos seus impactos económicos, sociais e ambientais".
Considerando "notória a ausência de fiscalização" sobre a operação rodoviária na Área Metropolitana do Porto (AMP), a estrutura autónoma do PSD sublinha que a nova rede de autocarros da região opera há quase um ano e "continua com horários degradados ou inexistentes (cumprindo apenas 40% dos serviços contratados), deixando por fazer várias viagens diárias, prejudicando a mobilidade na AMP e, aparentemente, em inconformidade com o contrato".
Perante a mais recente greve dos trabalhadores da Auto Viação Feirense, empresa que opera em Gaia e Espinho (lote 4) e também em parte do lote 2 (Gondomar, Paredes, Santo Tirso e Valongo), os TSD perguntam "o que tem feito quem gere a mobilidade na AMP, para que os concessionários da operação cumprar o que está contratualizado". E respondem: "Aparentemente nada, ou muito pouco, e parece fazer de conta que não existem problemas".
A estrutura do PSD alerta ainda para, sendo verdadeiros os relatos de "que existem trabalhadores imigrantes a viver em casas sobrelotadas (dez e mais pessoas na mesma habitação), casas essas 'controladas' ou 'geridas' pela operadora, e que está a cobrar dinheiro a esses trabalhadores, é de uma gravidade extrema e deve ser investigado pelas autoridades competentes".
"Quando assistimos a tamanha falta de planeamento e sentido estratégico daquilo que deve ser a mobilidade numa área metropolitana como a do Porto, o resultado final só pode ser mau", observam os TSD, considerando que o atual modelo de gestão dos transportes públicos "tem de ser repensado".