<p>Agudiza-se a situação dos trabalhadores da Oliva, em S. João da Madeira. Foram informados de que não há dinheiro para pagar o ordenado de Março. Ontem, terminou o prazo para os credores apresentarem no Tribunal a decisão sobre o plano de viabilização. </p>
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"A situação está a ficar muito complicada e há operários que dizem que, em breve, vão passar fome", garantiu, ao JN, David Soares, da Comissão de trabalhadores. Afirma que, de acordo com informação avançada esta semana pelo director financeiro da empresa, Ernesto Mota, "a Oliva já não tem mais dinheiro para pagar a ninguém".
Assim, ficará por liquidar a verba em falta relativa ao mês de Março, depois dos trabalhadores terem recebido apenas 30% do valor total do ordenado. O que, em alguns casos, representa pouco mais de 100 euros.
"Não temos dinheiro para pagar os nossos compromissos e começam a ser conhecidas situações que podem tornar-se muito graves", garantiu David Soares, ele próprio a passar por dificuldades.
"Já tive de mudar para uma casa mais barata, porque não podia suportar os encargos sem estar a receber. Vamos passar por situações muito complicadas", desabafou.
O representante da Comissão de Trabalhadores lembrou, ainda, que a indefinição sobre o futuro da Oliva está também a impedir que os funcionários procurem outras alternativas ou recorram aos apoios estatais, porque mantêm o vínculo contratual à empresa.
Contudo, uma decisão definitiva sobre a empresa só deve ser conhecida na próxima semana. Terminou ontem o prazo legal para que os credores apresentassem por escrito o seu sentido de voto em relação ao plano de viabilização. Cabe, agora, à juíza titular do processo tomar uma decisão. Mas o encerramento é quase certo.