<p>O presidente da Câmara de Santa Comba Dão, João Lourenço, ameaça avançar com uma providência cautelar em tribunal, para impedir que a empresa Estradas de Portugal avance com o traçado do futuro Itinerário Complementar 12 numa zona onde a autarquia tem projectada a construção de uma ecopista.</p>
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A solução apontada pela EP prevê que o IC12 passe por cima de uma antiga ponte metálica da desactivada linha ferroviária do Dão, que vai ser requalificada e aproveitada para ser incluída no troço da ecopista do Dão, a maior do pais, que vai ligar Viseu a Santa Comba Dão, numa distância de mais de meia centena de quilómetros.
"Não faz sentido nenhum", protesta João Lourenço. "Uma ponte por cima e outra baixo, isto não é Nova York", ironiza o autarca, lembrando que a decisão, a ir em frente, é contrária à defendida pela autarquia santacombadense, fundamentada durante o período de consulta pública do projecto e que pretendia ver salvaguardados alguns projectos estruturantes para o concelho, designadamente a ecopista do Dão.
"Para além dos constrangimentos turísticos, também o desenvolvimento económico e industrial do concelho irá ficar em causa com o local escolhido para a inserção do IC12", sustenta João Lourenço.
O edil recorda que chegou a porpor à EP que o traçado fosse desviado cerca de 700 metros a poente, para potenciar a localização do parque industrial da Guarita. "Não nos deram ouvidos", lamenta, avisando que poderá avançar com uma providência cautelar nos tribunais, para tentar travar a concretização do projecto de construção do IC12 na zona da ecopista.
Fonte da EP, garantiu anteontem ao Jornal de Notícias que o traçado deverá ser mantido, respeitando os estudos que já foram feitos, nomeadamente os de impacte ambiental.
A ecopista do Dão ligará Viseu a Santa Comba Dão, passando por Tondela. O percurso coincidirá com o do antigo ramal ferroviário do Dão, desactivado há mais de um quarto de século.