A Feira de Março, um certame com 587 anos abriu portas anteontem no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro e prolonga-se até 25 de abril. Há divertimentos, música, gastronomia e negócios. Ao todo, são cerca de 200 as empresas, de vários setores, que marcam presença na edição deste ano.
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Rita Faria e Isabel Maia rumaram do Porto a Aveiro com mais três amigas e, ontem, ao meio-dia deste sábado, já estavam de pedra e cal em frente às grades do palco da Feira de Março, onde, pelas 22, iria atuar Bárbara Bandeira, artista que seguem por todo o país.
A tarde previa-se longa, mas as jovens dizem-se habituadas. Mesmo assim, à vez, para não perderem o lugar, contavam usufruir do que o certame tem para oferecer, principalmente "a comida e os carrosséis". Afinal, ali, numa feira que conta este ano a sua 587ª edição, há distrações para todos os gostos e idades. E será assim até 25 de abril.
José Monteiro, das Salsicharia Monteiro - Fumeiros de Castro Daire, já faz a Feira de Março há 20 anos. Ontem, ao início da tarde, os fregueses eram poucos, mas nada que o assustasse. "A confusão começa durante a tarde. E hoje é dia de concerto para os mais jovens. Ao domingo é que não se para com tanta gente, porque vêm as famílias", contava José, que sabe de cor o ritmo da feira.
São 30 dias de feira. Por isso, o que não se faz num dia, faz-se no outro
Nada, na verdade, parece assustar José Monteiro. Nem mesmo a chuva que teima em cair, quase como uma tradição, nesta altura do ano. "São 30 dias de feira. Por isso, o que não se faz num dia, faz-se no outro", garantiu o comerciante, para quem o certame continua a compensar. Até porque poucos resistem, na sua banca, a comprar os produtos que fabrica. "Três chouriças, cinco euros. Sete, dez euros. Dois salpicões, cinco euros. Cinco, dez euros". É esse o pregão que sabe de cor.
Outra veterana da Feira de Março é Teresa da Silva, de Guimarães. Por sua conta, vende cutelarias ali há 40 anos. Antes disso, acompanhava os pais, que já o faziam. "Tenho clientes que vêm todos os anos. Facas, panelas, as pessoas compram um pouco de tudo. É uma feira que vai rendendo sempre alguma coisa", garantia Teresa, enquanto, atrás do balcão, preparava o almoço, numa cozinha improvisada que a serve durante o mês que permanece no certame aveirense.
No total, são cerca de 200 as empresas, de vários setores, que estão no evento. E, às sextas-feiras e aos sábados, únicos dias com entrada paga, há concertos. Os bilhetes custam três euros, exceto a 14 de abril, com Luísa Sonza, que sobem para os seis. De resto, vão atuar C4Pedro (dia 31), Domingues (a 1 de abril), Quim Roscas e Zeca Estacionâncio (7), Emanuel (8), Sons do Minho (10), Tributus (15), T-rex (21) e Chico da Tina (22).