A tarde em Avões ia quente, muito quente, mas os habitantes daquela localidade do concelho de Lamego, na tarde deste sábado, estavam com arrepios provocados pela morte de um dos seus, na queda do Helicóptero ao rio Douro ocorrida de véspera, lá ao fundo do vinhedo, no Douro, com vista para a cidade do Peso da Régua
Corpo do artigo
António Jorge Pinto, 45 anos, é o filho da terra de Avões, vítima da ‘tragédia do helicóptero’. Morreu, presumivelmente, afogado juntamente com os camaradas de jornada que momentos antes tinham partilhado esforços no combate a um incêndio, “provocado sabe-se lá porquê e por quem”, em Gôve, no concelho de Baião.
O militar da GNR, “uma jóia de moço”, no dizer do vizinho José Carlos, deixa órfão de pai um casal menor de idade. Um de nove anos e outro de quatro anos. “É pessoal da terra e a gente fica sempre incomodada”, atalhou Natália Fonseca, proprietária do Café Eira, que a par da mercearia, é um dos poucos estabelecimentos comerciais daquela freguesia duriense.
Olhos marejados
“Os pais do Jorge estão muito abalados. Uma coisa é perder um pai ou uma mãe, é a lei da natureza. Outra é perder um filho. Doi muito”, desabafa a dona Natália já com os olhos marejados.
“Trata-se de uma família humilde, de trabalho e que agora se vê amputada de um dos seus”, reforça José Carlos, enquanto se refrescava com um copo de maduro e acompanhava as notícias.
Os dois procuravam saber a hora e o dia das exéquias do vizinho. “Agora é fazer o funeral e siga a vida”, remata Natália Fonseca, perante a anuência do seu cliente. Pouco depois a dúvida foi desfeita com a notícia do agendamento do funeral de António Pinto para as 18 horas na Igreja Paroquial de Sande, Lamego.