Uma das 51 famílias do Bairro do Talude Militar com casas precárias demolidas na segunda-feira pela Câmara de Loures “foi encaminhada para um centro de acolhimento” e outras duas “para uma unidade hoteleira”, anunciou o município.
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“Na sequência das operações levadas a cabo esta segunda-feira, a autarquia esclarece ainda que, das 51 famílias que ocupavam as construções precárias entretanto demolidas, 24 se deslocaram aos serviços sociais da câmara municipal”, referiu a autarquia liderada pelo socialista Ricardo Leão, em comunicado, depois de hoje de manhã, ao segundo dia consecutivo de demolições, as operações terem sido suspensas por decisão judicial.
Em linha com o que tinha já sido referido pelo executivo, é indicado na nota que “foi também prestado apoio alimentar e apresentada a possibilidade de a câmara assegurar o pagamento de um mês de caução e outro de renda, como apoio ao arrendamento no mercado habitacional”.
O município não deu mais dados sobre a situação habitacional das restantes famílias e lembrou que as operações previstas para hoje foram suspensas por determinação pelo Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa “a título provisório”, na sequência de uma providência cautelar, pelo que “cumprirá integralmente a decisão”.
A autarquia iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64 habitações precárias construídas pelos próprios moradores no Talude Militar, onde vivem 161 pessoas.
O movimento Vida Justa, que tem acompanhado os moradores, deu conta de que as famílias desalojadas iriam pernoitar em tendas, na zona, e numa igreja local.
Além das 51 construções demolidas no primeiro dia, hoje de manhã (antes da suspensão dos trabalhos) outras “foram abaixo”, indicou fonte do município, sem precisar. O Vida Justa referiu terem sido destruídas pelo menos quatro.