Uma derrocada nas obras da barragem de Foz Tua provocou a morte de três trabalhadores, que residiam nos concelhos de Alijó, Armamar e Cabeceiras de Basto. O acidente ocorreu cerca das 13.30 horas desta quinta-feira, na margem esquerda do rio Tua, em Carrazeda de Ansiães. As operações de remoção dos corpos das três vítimas foram concluídas cerca das 17 horas.
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Os três operários foram apanhados por pedras e terra na sequência do desprendimento de uma rocha de grandes dimensões que esmagou por completo uma máquina giratória que se encontrava parada numa plataforma das obras, na zona onde irá nascer o paredão da barragem. O operador da máquina ainda não tinha regressado do almoço e só por causa disso não teve a mesma má sorte dos colegas. A queda da pedra e da máquina provocou um deslizamento de terras e rochas que soterrou os três trabalhadores.
Dos três corpos apenas um ficou coberto por pedras, sendo necessário a intervenção de uma máquina retroescavadora para que pudesse ser retirado. Os outros dois ficaram num patamar superior de muito difícil acesso, o que obrigou as equipas de resgate a redobrados cuidados e à utilização de cordas para não colocar a própria vida em risco.
As vítimas mortais tinham entre 40 e 53 anos. Residiam em Cotas (Alijó), Folgosa do Douro (Armamar) e Cabeceiras de Basto. A EDP anunciou que disponibilizar apoio psicológico às famílias das vítimas, entre outras ajudas posteriores.
Entretanto, as obras foram suspensas no local do acidente e António Ferreira da Costa, administrador da EDP Produção, anunciou, a abertura de um inquérito para apurar as causas do acidente. Preliminarmente, "tudo indica que se tratou de um aluimento natural", disse.
Para o local do sinistro foram mobilizados cerca de 30 homens dos bombeiros das corporações de bombeiros de Alijó, São Mamede de Ribatua, Favaios, Sanfins do Douro e Carrazeda de Ansiães. Também esteve no local a VMER de Vila Real e o Helicóptero do INEM estacionado em Aguiar da Beira, bem como elementos da GNR de Carrazeda e Alijó.
O helicóptero aterrou sobre a ponte que liga Carrazeda de Ansiães a Alijó, a jusante do local do acidente, o que obrigou ao corte do trânsito nos dois sentidos durante cerca de três horas. Foram muitos os automobilistas que se viram obrigados a fazer desvios de algumas dezenas de quilómetros para prosseguir até aos seus destinos.