<p>Nos quatro últimos dias, morreram três idosos que efectuavam queimadas. O primeiro foi no sábado, um homem de 73 anos, em Vilar do Monte, Barcelos. Numa situação transversal a todos estes casos mortais, também António Miranda não conseguiu controlar as chamas, foi rodeado por elas e acabou por morrer. A segunda morte aconteceu dois dias depois, um homem, 72 anos, morreu queimado numa quinta em Pedrógão, Penamacor.</p>
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O último, Manuel Parreira, morreu anteontem, ao início da noite, em Palaçoulo, Miranda do Douro. Ontem, a aldeia ainda chorava a morte do homem, de 76 anos (conhecido na localidade pelas suas dificuldades de locomoção), quando tentava controlar as chamas num lameiro.
Era já noite quando a família começou a estranhar o atraso de Manuel Parreira e decidiu procurá-lo. Foi um irmão que o encontrou, já cadáver, pouco depois, junto a um monte de lenha queimada. "Conforme me aproximava do lameiro, mais era o fumo, e pensei logo que alguma coisa tinha corrido mal. Quando cheguei ao pé do corpo do meu irmão, apercebi-me que não havia nada a fazer, estava negro e tombado no chão ", explicou Diamantino Parreira, irmão da vítima.
Na aldeia, toda gente conhecia as dificuldades de mobilidade de Manuel Parreira, condição que não o impedia de percorrer e trabalhar as suas propriedades.
"O meu marido saiu de casa por volta das oito horas, teimou em levar-me com ele, ainda tentei evitar que fosse para os terrenos, já que eu estava adoentada e não me sentia com força", desabafou Olívia Esteves, de 73 anos.