A operadora de telecomunicações despedida, há quatro meses, por denunciar a existência de mau ambiente de trabalho nos bombeiros foi ontem reintegrada. É o resultado do indeferimento do recurso apresentado pela associação.
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O Tribunal de Trabalho de Bragança havia aceite uma providência cautelar a pedir a suspensão provisória do despedimento. Maria Eduarda, operadora da central de telecomunicações da Associação dos Bombeiros de Mirandela (ABM), foi notificada para ser reintegrada nas suas funções, depois de ter sido despedida, em Abril, com a justificação de ter prestado declarações consideradas injuriosas pela direcção da associação.
Na prática, transita em julgado a providência cautelar interposta pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) no Tribunal de Trabalho de Bragança, a pedir a suspensão provisória do despedimento, já que o recurso apresentado pela ABM foi agora indeferido.
No entanto, que esta nova situação não impede que continue a decorrer o processo de avaliação sobre as razões do despedimento, em que a defesa de Maria Eduarda pede a efectividade no trabalho e solicita uma indemnização por danos morais. Para além da reintegração, a direcção tem que pagar à telefonista os meses de salário que esteve sem exercer as funções.
A telefonista confessou estar "muito satisfeita" com a reintegração e que apenas deseja que a deixem "fazer aquilo que sempre fiz de melhor nesta associação". Maria Eduarda remeteu mais declarações para a altura em que houver uma decisão definitiva do tribunal sobre a avaliação do seu despedimento,
Já Francisco Marcos, dirigente do STAL, sindicato que interpôs a providência cautelar, diz que "finalmente foi feita justiça" e só espera que "sirva para que a direcção dos bombeiros passe a ser mais dialogante", no futuro, diz.
O caso remonta a 31 de Janeiro deste ano quando Maria Eduarda, delegada sindical, denunciou, através da comunicação social, a existência de mau ambiente de trabalho na corporação.