Meios de socorro responderam a 111 ocorrências. Abertos 563 processos por estacionar e caminhar sem autorização.
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Entre os dias 1 de janeiro de 2022 e 15 de agosto deste ano, as forças de socorro e de segurança foram acionadas para 111 ocorrências em trilhos e cascatas do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), que provocaram 168 vítimas, entre as quais três mortos, de acordo com os dados fornecidos ao JN pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
As ocorrências registadas pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil mostram que, durante este espaço temporal, os meios foram mobilizados para 84 resgates em trilhos e 27 acidentes em cascatas do PNPG, área protegida que abrange 22 freguesias dos municípios de Terras de Bouro, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Montalegre e Melgaço.
Segundo adiantou fonte oficial do MAI, no total, “existiram 168 vítimas: 138 em resgates em trilhos e 30 em ocorrências em cascatas”, incluindo três pessoas que perderam a vida, uma em cada ano (ver infografia).
Processos abertos
De fora desta contabilização está o resgate de um grupo de 12 pessoas que se perdeu, no dia 19 de agosto, durante um trilho, em Terras de Bouro, cuja operação foi concluída de madrugada. Conforme o JN noticiou, o aumento do número de ocorrências em trilhos tem vindo a preocupar as autoridades, nomeadamente pelo facto de os caminhantes se perderem em zonas de difícil acesso, por vezes já em período noturno, o que complica o resgate.
Igualmente desde 2022 até ao passado 15 de agosto, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), foram levantados 625 autos por infrações ao regulamento do Plano de Ordenamento do Parque Nacional.
“A principal razão para a abertura de processos de contraordenação na área territorial do PNPG, cuja instrução cabe à Direção Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Norte, reporta-se ao estacionamento em local proibido, seguido da circulação em visitação pedestre sem a devida autorização”, tendo ambas motivado a abertura de 563 destes processos, especifica o instituto ao JN.
Em concreto, em 2022, foram levantados 257 autos por estacionamento em local proibido, um número que no ano seguinte desceu para 222. Em 2024, até meio deste mês, já tinham sido elaborados 67 processos. No que se refere à circulação pedestre sem autorização, regista-se um total de 17 autos de notícia, nove em 2022 e oito em 2023, não havendo ainda registos este ano.
De acordo com o ICNF, no total, incluindo outros motivos, foram levantados 270 autos de notícia em 2022, 274 em 2023 e 81 até ao final da primeira quinzena de 2024. Ao longo destes três anos, 37 desses autos “foram remetidos ao município respetivo por se reportarem a infrações a normas de natureza urbanística”.