O novo edifício dos Paços do Concelho da Trofa é inaugurado hoje. Uma luta com mais de duas décadas, conforme lembra o presidente da Câmara, Sérgio Humberto.
Corpo do artigo
Ao redor do enorme edifício negro dos novos Paços do Concelho da Trofa, a azáfama de gente multiplicava-se, na tarde desta sexta-feira, para preparar a inauguração de sábado, a partir das 11 horas. No interior, onde a alvura das paredes se funde com o betão, vive-se entre um corrupio de caixas, mesas de trabalho em fase de montagem nas salas envidraçadas, funcionários atarefados com as mudanças ou a montar os sistemas informáticos.
Rosário Silva e Carina Pinto empenham-se a arrumar material no armário da zona de atendimento da Trofáguas. E "cheias de boa disposição, felizes", garantia Rosário, num sorriso, a distribuir os utensílios de escritório pelas secretárias. "Estamos tão ansiosas que até já começamos hoje [as mudanças]", atirava a colega Carina, enquanto perfilava as capas de arquivo nas prateleiras. "Na segunda-feira às nove horas já cá estamos, com tudo pronto", anunciava a administradora da empresa municipal, Carla Barbosa, notando que "o espaço é melhor, mais amplo e com mais luz" do que as duas salas que a Trofáguas ocupava no pólo 2 da Câmara, cujos serviços funcionaram, até agora, dispersos por "17 espaços alugados", como recorda o autarca da Trofa, Sérgio Humberto.
"Dá-nos outras condições, sem dúvida nenhuma", elogiava Carla Barbosa, satisfeita com a mudança para o edifício projetado pelo arquiteto trofense José Carlos Nunes Oliveira, a partir das antigas instalações da velha fábrica Rações Trofense, no coração da cidade, ao lado dos parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro.
"É devolver à cidade uma indústria devoluta, que caracterizava o território", sublinha o presidente da Câmara, mostrando que foi preservado o corpo central do antigo edifício fabril (agora a nave principal dos Paços do Concelho), implantado num terreno de cinco mil metros quadrados que a Autarquia adquiriu por 169 mil euros.
Edificar os Paços do Concelho "foi uma luta de mais de 24 anos", evoca Sérgio Humberto, salientando que "este é o culminar do 19 de novembro de 1998 [elevação da Trofa a concelho]. É isto que fecha o ciclo e abre outro, novo e mais ambicioso".
A partir de segunda-feira, "os munícipes vão tratar de todos os assuntos" na "casa de todos" da Trofa, congratula-se o autarca, que realça que "é a primeira vez que os colaboradores que prestam serviços aos munícipes vão trabalhar todos juntos".
Além das "poupanças brutais que [a concentração dos serviços] vai gerar", uma vez que o Município se liberta do encargo anual de cerca de 200 mil euros com os alugueres dos espaços arrendados, o novo edifício é "autossustentável do ponto de vista energético e de abastecimento de água, porque foi descoberta uma mina" no terreno, revela o presidente da Câmara.
Pormenores
Investimento
O novo edifício dos Paços do Concelho da Trofa, que era o único município do país sem instalações próprias, custou 11 milhões de euros.
Marcelo na inauguração
A inauguração arranca às 10 horas e a sessão oficial uma hora depois, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Às 18.30 há um concerto da fadista Mariza. Durante a tarde e amanhã, o edifício estará aberto ao público, para visitas.
Obras de Alberto Carneiro
No interior do edifício podem ser apreciadas obras de Alberto Carneiro, artista plástico de renome natural de S. Mamede do Coronado, Trofa, falecido em 2017. Duas esculturas - uma na entrada do átrio sul e outra no salão nobre - e sete desenhos estão expostos nas novas instalações dos Paços do Concelho.