Turismo no Porto e região Norte cresceu 487% nos últimos 30 anos

"Em 1995, eramos nove os municípios fundadores e 20 entidades privadas. As únicas fontes de financiamento era o IVA turístico a 3% e as quotas. Registávamos um total anual de 2,4 milhões de dormidas, o que representava 9% das dormidas em Portugal", recordou Luís Pedro Martins, esta terça-feira, na cerimónia de comemoração do 30º aniversário da Associação do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Segundo o presidente da associação, a situação do Norte era "radicamente diferente do resto do país". É que, 95,6% da dormidas na região eram de turistas nacionais e apenas 27% de estrangeiros.

Contudo, 30 anos depois, tudo mudou. "As dormidas de estrangeiros cresceram 858%", destacou Luís Pedro Martins, apontando o "crescimento impressionante", em termos globais, da procura turística pela região, que aumentou 487%, passando de 2,4 milhões de dormidas anuais para 14,1 milhões (mais 6,4% do que em 2023).

Uma das áreas com um aumento mais "impressionante" é o Douro, de acordo com o presidente da associação, que passou de 13 mil dormidas para 400 mil. Mas há outra região em crescimento: o Minho. "Teve um total de 1,5 milhões de dormidas de residentes", destacou.

Para o presidente de Associação Comercial do Porto, o futuro está precisamente no Minho. "Estamos a começar a sentir um copo a transbordar para outras áreas, além do Porto. Acho que o Minho vai ser um fator determinante, nos próximos anos", antecipou Nuno Botelho, convicto de vai haver uma alteração no tipo de turistas, que passarão a ser de classes mais elevadas.

"Nos próximos dez anos, temos que olhar para isto com o cuidado de não desvirtuarmos o destino e de cuidar da oferta", aconselhou Nuno Botelho.

"Este processo de internacionalização é um dos grandes desafios que temos pela frente", considerou, por sua vez, o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.