Estalou a revolta entre comerciantes e residentes na zona dos bares de Albufeira, depois das últimas noites marcadas por desacatos entre turistas ingleses. Pede-se mais policiamento.
Corpo do artigo
Os testemunhos recolhidos pelo JN são unânimes em afirmar que "os problemas já vêm de há quatro ou cinco anos", mas garantem que "este ano bateu no fundo". Os problemas graves começaram em abril, mas só nos últimos dias vieram a público, depois de um grupo de cerca de mil ingleses terem protagonizado cenas de violência na Rua da Oura e no aeroporto de Faro.
"Este foi um grupo de muitos arruaceiros. Eram de bairros problemáticos do Sul de Londres. Desde o Euro 2004 que não se via nada disto", garante uma moradora há 40 anos na Rua da Oura, que, tal como todos os outros, solicita o anonimato com receio de retaliações.
"Esta rua é só álcool sem controlo e drogas", afirma uma lojista, que se diz farta de ter de fechar as portas durante o dia, por causa dos britânicos que se despem à frente da sua montra, onde continua a beber e a vomitar. "Um nojo", desabafa.
Já uma proprietária de um café destaca que os problemas começam logo nas viagens. "Chegam já bêbados ao aeroporto. Nós transfers deixam-nos beber, quando chegam ao check-in ja vêm a cair", relata, acrescentando que "muitos quando querem voltar ao hotel já nem se lembram onde estão hospedados.
Os relatos incluem cenas de turistas nus pela rua, roubos de lojas e venda de álcool sem controlo noite fora. "E há os grupos que andam a vender drogas as claras na rua", observa uma lojista.
Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve já veio publicamente dizer que urge pôr termo a este cenário no centro de Albufeira, mas os testemunhos recolhidos pelo JN falam de um desinteresse "quase total"por parte das autoridades.