O Ministério da Agricultura garantiu esta sexta-feira ao JN que houve tentativas de recolher com tranquilizantes as 43 vacas e bezerros da Ganadaria Vaz Monteiro que acabaram por ser abatidas a tiro no passado mês de abril.
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A proprietária da ganadaria, Rita Vaz Monteiro, desmente categoricamente. Entretanto, fonte ligada a todo este caso, que quinta-feira pediu anonimato ao JN para dizer que a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) não tem meios para atordoar os bichos, não confirmou a versão da tutela.
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"Existiram tentativas de captura com utilização de tranquilizantes, as quais se revelaram infrutíferas. Todas as tentativas de atordoamento dos animais foram goradas", afirmou o ministério em comunicado, reiterando o "comportamento bravio" e "fugidio" dos bichos.
Ao JN, Rita Vaz Monteiro assevera que tal "não é verdade". "Eu tentei recolher através de tranquilizantes, mas impediram-me de aceder ao medicamento. Telefonaram ao chefe do Agrupamento de Defesa Sanitária do Porto Alto para o impedirem de me facultar isso".
Questionada sobre se houve tentativas de recolha por tranquilizantes, a mesma fonte que anteriormente falou ao JN de falta de meios da DGAV falou de uma "tentativa gorada, com drones", mas "por parte da proprietária".
PAN pede esclarecimentos
Entretanto, Cristina Rodrigues, membro do partido PAN - Pessoas-Animais-Natureza, disse que "os dardos que se usam com tranquilizantes são usados em animais muito mais velozes e funciona", pelo que o argumento do caráter "bravio" e "fugidio" dos animais "não é suficiente". "Não estamos a falar de uma chita", argumentou.
Cristina Rodrigues avança que o PAN já fez um pedido de esclarecimento ao município de Mação, ao Ministério da Agricultura e ao Ministério da Administração Interna.
O PAN vai ainda realizar uma conferência subordinada ao tema "Fim dos abates a mudança de paradigma", no Centro de Acolhimento ao Cidadão da Assembleia da República, no próximo dia 15 de maio, pelas 17.30 horas, pretendendo reunir o Governo, os representantes dos Municípios, a Ordem dos Médicos Veterinários, entre outros para debater o assunto.
Recentemente, este partido realizou uma auscultação junto dos 308 municípios e concluiu que 23% ainda fazem abate. Estes dados serão apresentados na audição do próximo dia 15 de maio.