ULS do Alto Minho lamenta "chantagem" de médicos e diz estar aberta a negociações
A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Minho declarou esta quinta-feira, que está em negociações com os médicos em luta pelo aumento da remuneração do trabalho suplementar. Os profissionais ameaçam colocar em causa o funcionamento regular dos serviços de urgência de Monção e de Ponte de Lima.
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Em comunicado, o novo Conselho de Administração da ULS, presidido por João Porfírio Oliveira, desde janeiro passado, afirma que está "comprometido para que em nenhum momento seja colocado em questão o serviço à população".
Porfírio Oliveira destaca que tem "demonstrado desde o momento zero, total disponibilidade para o diálogo, tendo nomeadamente reunido com o coordenador responsável pelas escalas destas SUB (Serviço de Urgência Básica) e apresentado uma proposta". E que também já manifestou "abertura para negociar, melhorar as condições de trabalho, não só através de condições financeiras, como também através de acesso a formação e considerar equipas mais diferenciadas", lamentando "que toda a comunicação com este órgão seja feita num tom de chantagem e ameaça de rotura de serviços".
A tomada de posição da ULS do Alto Minho surge após a comissão política distrital do PSD de Viana do Castelo ter tornado público que "os médicos com 95% das horas médicas realizadas nos SUB de Monção e Ponte de Lima vão demonstrar-se indisponíveis para fazer mais horas até que sejam formalmente assumidos os pagamentos dos suplementos de mais 10 euros por hora a todos os profissionais que cumpriram turnos de serviço de urgência nos feriados e fins de semana do mês de dezembro e 1 de janeiro de 2024".
PSD de Viana do Castelo critica falta de diálogo
Numa nota de imprensa divulgada esta quinta-feira a distrital social-democrata, liderada por Olegário Gonçalves, informou ainda que os médicos estão a exigir "um aumento do valor base para 46,50 euros por hora com retroativos a 1 de janeiro de 2024". Está em causa um despacho publicado em fevereiro pelo Governo, que permite aos Conselhos de Administração de cada ULS contratar médicos em regime de prestação de serviços, "com um valor máximo de até 40 por cento acima do valor base da terceira posição remuneratória, da categoria de Assistente Graduado Sénior (Chefe de Serviço), cujo valor base da tabela remuneratória se situa, em 2024, em 33,28 euros por hora, pelo que, o valor máximo que pode ser contratado, nessas circunstâncias, seriam 46,55 euros".
O PSD do Alto Minho considera ainda que "continua a ser injustificada a diferença paga por hora em outros locais, como por exemplo, no Hospital de S. João, onde o valor chega aos 60 euros por hora nas noites de fim de semana".
Os social-democratas exigem que "esta nova administração garanta os serviços de saúde necessários à população e que resolva este impasse vivido entre os médicos e o Conselho de Administração, e que os direitos sejam repostos a estes profissionais de saúde".