Petição pública “em defesa do Hospital Arcebispo João Crisóstomo” foi discutida no parlamento e foram feitas recomendações ao Governo.
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A petição pública "em defesa do Hospital Arcebispo João Crisóstomo (HAJC) - Hospital de Cantanhede" foi esta sexta-feira discutida na Assembleia da República, com dois projetos de resolução que recomendavam a reabertura de uma Urgência Básica naquela unidade hospitalar, um do Chega e outro do Livre, a serem aprovados, sem votos contra. Até agora, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, na qual atualmente o HAJC se insere, não tem prevista para este ano a abertura de nenhum serviço similar, ainda que tenha vários projetos em marcha para serem implementados no hospital.
Eliseu Neves, do grupo parlamentar do Chega, recordou que o HAJC tem como área de influência, além de Cantanhede, Mira e as freguesias limítrofes de Vagos, Figueira da Foz e Montemor-o-Velho. E sublinhou que os utentes têm de recorrer ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a cerca de 30 quilómetros, "por uma simples suturação".
O projeto de resolução do Chega "pela reabertura da Urgência Básica" em Cantanhede foi votado favoravelmente pelo BE, PS, PAN, PSD, CDS e pelo Chega, com abstenção do PCP, do Livre e da IL, baixando à especialidade.
Aprovado foi também o projeto do Livre, que recomendava "a abertura de uma urgência básica de funcionamento diário, com horário alargado, e a atualização da página de internet" do HAJC. Jorge Pinto, deputado, sublinhou tratar-se de um concelho "cuja população idosa ronda os 30%". O projeto teve votos a favor do BE, PCP, PS, Chega e Livre, com a IL, o PSD e o CDS a absterem-se.
Os dois projetos de resolução, do PCP e do BE, que defendiam que o HAJC e o Centro de Medicina de Reabilitação Rovisco Pais, na Tocha, saíssem da alçada da ULS de Coimbra foram rejeitados.
Projetos em marcha
O HAJC já teve Urgência, que foi encerrada em 2007. Desde aí, com exceção para o período entre março de 2020 e março deste ano, para responder a episódios de doença aguda o concelho tem sido servido pelo serviço de Consulta Aberta, no centro de saúde. Nos planos da ULS de Coimbra não estava até agora, pelo menos para este ano, a reabertura da Urgência.
Alexandre Lourenço, presidente da ULS, adiantou ao JN os projetos em marcha para o HAJC. "Está previsto o alargamento de camas de cuidados paliativos. Continuará o reforço da atividade da Consulta Externa, de meios complementares de diagnóstico e terapêutica e do Hospital de Dia", diz.
A dinamização do Hospital de Dia tem como objetivo, realça Alexandre Lourenço, ser "uma verdadeira resposta alternativa ao recurso ao serviço de Urgência, designadamente na estabilização de doentes crónicos". Está prevista também a "dispobilização de cirurgia de ambulatório em novas especialidades (oftalmologia e ginecologia)".
Em desenvolvimento, referiu, estão ainda "três projetos bandeira": Unidade Multidisciplinar de Intervenção Pediátrica, exames de oftalmologia e rastreio visual infantil e, ainda, a construção de um Jardim Terapêutico.