"Estamos em choque", atira António Marques, primo em segundo grau de Marco Aurélio Cruz que anteontem morreu na A23. A notícia chegou ontem a Soutelo, Mões, Castro Daire. Com efeito bomba. Era ali que residia o militar de 33 anos, nos últimos dois a desempenhar funções na cidade da Guarda.
Corpo do artigo
Sempre que tinha folga regressava à aldeia, para se juntar à mulher e à filha de seis anos. A família, que se mudara para uma casa nova há dias aguardava a segunda filha, com nascimento previsto para dentro de três semanas.
"A mulher foi transportada para o Hospital de Viseu, de ambulância, que, por precaução, já estava no local quando a GNR foi dar a notícia",explicou, ao JN, Fátima Amaro, tia do militar.
O primeiro cabo era órfão de pai, PSP em Viseu, que também morreu num acidente ao despistar-se de automóvel. Marco foi criado, desde os 18 meses, com a tia Adeleide Gomes. "Ele era o meu menino", afirmou ao JN. "Sonhei com o Marco durante a noite".
No domingo, Marco almoçou em família, plantou árvores e jogou às cartas no café. Pela última vez.