Um ferido e um barco destruído no incêndio nos estaleiros de Vila do Conde
Um barco de pesca ficou completamente destruído e um homem ficou ferido, esta segunda-feira, num violento incêndio que deflagrou nos estaleiros navais de Vila do Conde, em Azurara. Durante largas horas, bombeiros e Polícia Marítima uniram esforços para conter o foco de poluição.
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“A labareda era demais! Se estava um bocadinho mais de vento, tinha pegado a outros barcos”, afirmava Luís Cruz, olhando as chamas que, a meio da tarde, ainda consumiam o “Tanit 1”.
O seu “Fugitivo” safou-se por pouco. Luís Cruz passou a manhã nos estaleiros com o filho, de volta do barco que, vistorias feitas, estava já pronto para voltar à faina. Ao meio-dia foram almoçar ali perto. “Ligou-me um dos patrões aos gritos a dizer que estava a arder o barco que estava ao lado do nosso. Viemos a correr”, contou o armador.
Na aflição de afastar o “Fugitivo” das chamas, o filho, Jorge Cruz, acabou por fazer uma fratura exposta num dedo. Foi transportado para o hospital da Póvoa de Varzim.
No quartel dos Bombeiros de Vila do Conde, o alerta surgiu às 13.03 horas. À chegada, já nada conseguiram fazer para salvar o “Tanit 1”. O barco de pesca, com bandeira da Mauritânia, é propriedade de um armador das Caxinas. Estava há menos de uma semana nos estaleiros a aguardar a vistoria anual.
Luís Cruz garante que “não estava ninguém a trabalhar no barco”. Não faz ideia do que possa ter originado o fogo.
Prejuízos
“A nossa preocupação foi evitar que o incêndio se propagasse a outras embarcações e garantir que não haveria nenhum foco de poluição na água. Para isso, montámos uma barreira de proteção”, disse, ao JN, a capitã do Porto de Vila do Conde, Mónica Martins, que coordenou as operações.
O combustível, os óleos e as fibras foram, durante toda a tarde, terreno fértil para as chamas. No combate estiveram 19 homens e oito viaturas dos bombeiros, a GNR e a Polícia Marítima.
O “Tanit 1” tem 25 metros de comprimento e dedica-se à pesca da lagosta ao largo da Mauritânia. Tinha saído do porto de Nuadibu (Mauritânia), a 15 de agosto, rumo a Vila do Conde para a vistoria anual.
No local, o armador do barco, natural das Caxinas, assistiu às operações, sem nada poder fazer para salvar a sua embarcação. O barco ficou praticamente destruído. Os prejuízos, avultados, são de milhares de euros.
A coluna de fumo negro, que se manteve ao longo de várias horas, assustou quem bem próximo na foz do rio Ave, na Azurara, aproveitava o dia de praia.