"Falta o cheiro de peixe frito", garantia Emília Cardoso participante na 20.ª edição do Mercado à moda Antiga que termina este domingo em Oliveira de Azeméis.
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O cheiro característico que invadia o mercado da cidade há mais de 100 anos foi substituído pelo muito procurado porco no espeto, presença obrigatório e em grande número. "Não é a mesma coisa, mas também é bom" diz Emília Cardoso que, juntamente com Carminda Pereira, procurava vender bolinhos caseiros, hortaliças e raminhos de flores para amealhar algum dinheiro para a Conferência S. Vicente de Paulo.
Já Maria Angelina, outra participante neste mercado, exibia com orgulho um chapéu novo. "É uma replica de um chapéu usado pelos filhos dos lavradores ricos". "Vou oferecer ao meu filho", explicou. Só o preço não era de tempos idos. "Paguei 30 mil reis por ele [30 euros", afirmou.
Onde quer que os forasteiros fossem, os preços em "reis" eram bem atuais. Mas ninguém se queixa disso e os comerciantes estavam satisfeitos com a primeira clientela. César Mota vendia as suas queijadinhas de leite e de cenoura a 50 reis (50 cêntimos) a bom ritmo. "Está a correr bem, só falta chegar os chouriços para começar a vender também", afirmava satisfeito.
O mercado à moda antiga decorre até hoje com grupos musicais. O destaque vai para os ranchos folclóricos do concelho, que reproduzem os usos e costumes, danças e cantares das suas freguesias em atuações itinerantes entre quase dois mil figurantes.