Os familiares das vítimas da queda da ponte de Entre-os-Rios lembraram, esta quarta-feira, a tragédia ocorrida há oito anos, plantando 59 amendoeiras junto ao Centro de Acolhimento Temporário, em Oliveira do Arda, Castelo de Paiva.
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A data foi lembrada, também, com a celebração de uma missa em Oliveira do Arda, com a deposição de uma coroa de flores no monumento "Anjo de Portugal", junto ao Rio Douro, e a abertura ao público do Centro de Acolhimento Temporário, inaugurado, no passado dia 6 de Fevereiro, pelo presidente da República. Este centro de acolhimento temporário de crianças e jovens em risco, situado em Oliveira do Arda, começará a receber os primeiros utentes já na próxima segunda-feira.
"Quisemos plantar 59 amendoeiras, uma por cada familiar desaparecido na tragédia. Eles regressavam a casa de um passeio às amendoeiras em flor e, portanto, este acto, apesar de muito simples carrega um forte simbolismo", disse, ao JN, Horácio Moreira, presidente da Associação de Familiares.
Oito anos depois do colapso da ponte Hintze Ribeiro, há ainda feridas abertas em Castelo de Paiva, mas tendem a sarar com o decorrer do tempo. A Justiça sentou no banco dos réus várias personalidades e entidades públicas, mas não encontrou culpados. Na altura, os familiares constituíram assistentes, colocando-se ao lado da acusação pública. Sem culpados, terão agora os familiares de pagar as custas judiciais, no âmbito do processo cível (ver texto ao lado).
A queda da travessia Hintze Ribeiro foi atribuída, basicamente, ao excepcional ano chuvoso e às maiores cheias torrenciais no Douro de que há memória, apesar de a ponte estar muito debilitada na altura do desastre. A recente visita oficial de Cavaco a Castelo de Paiva voltou a lembrar o maior acidente rodoviário do nosso país e o chefe de Estado fez questão de sublinhar a coragem e solidariedade dos paivenses.
